20 frases polémicas de Donald Trump anti-mulheres

O 45º presidente eleito não tem perdido oportunidade para demonstrar a forma machista como olha para as mulheres. Os ataques são, por vezes, dirigidos a celebridades, e, por outras, considerações preconceituosas sobre o sexo feminino em geral, ou sobre mulheres de comunidades em particular, como a muçulmana. Opiniões muitas vezes manifestadas com recurso a vernáculo – como foi o caso do que disse em 2005 -, mas ainda assim não chocou tantas mulheres. O voto feminino foi uma cartada jogada por Hillary Clinton que não surtiu efeito.

Esta sexta-feira, 20 de janeiro, com a tomada de posse de Donald Trump marcada para as 17 horas (em Lisboa), escolhemos 20 das muitas frases que o novo chefe de Estado foi pronunciando ao longo de décadas, considerações a que não escaparam as suas mulheres, a filha Ivanka e até uma mulher que o acusou, recentemente, de abuso sexual, Summer Zervos.


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Em momento de chegada à Casa Branca, começam também a ser antecipadas, pela imprensa, as primeiras linhas de decisão política que o milionário deverá estar a preparar. E no que diz respeito às mulheres, omite-se a igualdade salarial, fala-se em cortes orçamentais nos planos que combatem a violência de género e esperam-se mexidas em medidas que podem pôr em causa direitos já conquistados, como, por exemplo, o aborto.

Cortes nos programas de combate à violência de género

Em véspera de tomada do poder, sucedendo a Barack Obama, o site Mic.com revelou já haver planos deste novo executivo para cortar nos custos do governo, começando por eliminar os planos de violência contra as mulheres – são 25 -,que estão sob a alçada do Departamento da Justiça. Programas que distribuem fundos a organizações e com propósitos tão diversificados como o abuso sexual, a violência doméstica, a violência no namoro, a investigação no preconceito de género.

Por junto, as medidas – que abrangem outros departamentos como o Comércio, a Energia e Transportes, entre outros – preveem uma poupança de 10,5 triliões de dólares (9,8 biliões de euros) em dez anos.

Aborto vai ser revisto

As intenções de Trump sobre o aborto são públicos: primeiro as mulheres deveriam ser condenadas, mas depois recuou dizendo que a responsabilidade criminal deveria, então, recair sobre os médicos que aceitam fazer essas práticas. Certo é que escreveu uma carta aos responsáveis da Coligação Pró-Vida, reiterando que, uma vez eleito, defenderia “os direitos das crianças não nascidas e das suas mães”.

Com a Casa Branca e o Senado nas mãos dos Republicanos, não será difícil reverter a lei. Um plano que porá em causa os direitos à proteção no aborto, estabelecidos em 1973. O novo presidente revelou que queria nomear juízes conservadores para o Supremo Tribunal de Justiça, tendo em vista já uma eventual decisão sobre esta matéria.

Planeamento familiar pode vir a ficar comprometido

Apesar de Trump ter admitido, em fevereiro, ao site Mic.com que “milhões e milhões de mulheres – com cancro cervical e de mama – são ajudadas pelo Planned Parenthood (PP)”, o novo presidente eleito quer restringir o programa por também “fazerem abortos”. ;

Segundo o Washington Post (WP), apenas 3% dos 10,6 milhões de serviços do PP (prestados a partir de 2013-14) estão relacionadas com interrupções voluntárias da gravidez.

Mães solteiras e casais do mesmo sexo arriscam menor proteção

Os Estados Unidos da América estão entre os países mais desenvolvidos do mundo que não prevê direitos da maternidade e de família. A filha do magnata, Ivanka, tem esta pasta na mão desde setembro e quer que as mulheres passem a ter seis semanas de pagamento após o nascimento dos filhos e deduções fiscais iguais para ambos progenitores.

Porém, de acordo com o WP, o plano estará a fazer com que esta compensação decorra de “uma relação que seja reconhecida pela lei”, ou seja, um casamento. Resta perguntar: e as mulheres solteiras?

Embora o programa pareça prever a inclusão de casais do mesmo sexo no acesso a estes direitos, Ivanka Trump fez distinções numa entrevista à Cosmopolitan. Assim, pais gay que adotaram recentemente e mulheres em relacionamentos do mesmo sexo que não engravidem, não seriam beneficiados. “Nós estamos concentrados nas mães (… ), em beneficiar a que deu à luz a criança”, declarou.