Feminismo, sim, obrigada

Quando o Delas.pt foi inaugurado, o feminismo ainda não estava na moda. A igualdade de género era mais ou menos um assunto que ainda se discutia em fóruns femininos, de mulheres para mulheres, meio fechado onde queixumes e críticas eram bem vindas e acolhidas com ombros solidários.

Entretanto, algo mudou. Feminismo deixou de ser uma palavra feia e polémica, associada a coisas negativas. Muitos homens, entre eles o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, abraçaram a causa. Causa que não representa mais do que a eminente justiça humana – que mulheres e homens sejam tratados da mesma forma no que diz respeito aos direitos, oportunidades e funções. Que cada um – ser humano, diga-se, não homem ou mulher – seja avaliado consoante as suas características e potencialidades. E que a questão de género não intervenha na sua vida e futuro.

O feminismo entrou na moda, também, e afastou-se de uma visão mais tristonha que tinha e era associada à queima de lingerie mais feminina. Curiosamente, a diversidade imperou – o que é interessante tendo em conta o tema. Passou a haver várias versões de feminismo – tendo sempre por base o respeito pelo outro. E essas versões passaram a ser tantas quantas mulheres existem no mundo. Giras, feiras, boas, más…

Tudo isto correspondeu ao evoluir do tempo, e à presença cada vez maior da mulher na vida da sociedade em que vive. Ou seja, a afirmação do feminismo faz-se, também, como consequência de si próprio. E é, diríamos nós, no delas.pt, imparável.

Este site é, de certa forma, a prova de que não há um formato para o feminismo como não há um molde para ser mulher. Não há uma regra que se tenha de cumprir, aliás, há cada vez menos regras, do vestir ao agir, passando pelo que se pode ou não fazer.

Esta semana, inauguramos uma nova fase do Delas.pt. Que vai continuar a ter o que sempre teve: notícias. Que vai continuar a fazer o que sempre fez: jornalismo, onde quer que ele esteja. Que vai continuar a dar aquilo que sempre deu: informação. Apenas vai fazê-lo com cada vez menos contas a prestar, a pensar pela sua cabeça, a ter ideias e a lutar por elas.

As novidades vão aparecer nas próximas semanas. E esta área de opinião, onde teremos a voz de cada vez mais mulheres, é uma delas. Estejam atentas.