A Benetton uniu as suas cores e fez uma exposição para a nova coleção

Uma exposição antológica sobre a Fabrica da Benetton foi a forma escolhida pela marca italiana para apresentar a sua nova coleção. A mostra ‘I See Colors Everywhere’ foi inaugurada no sábado, 23 de setembro, na Trienal de Milão, e está patente até à próxima quinta-feira, 28 de setembro, aproveitando o contexto da Semana da Moda para dar a conhecer ao público as propostas para a primavera/verão de 2018.

A inauguração fez-se em tom de celebração e a desafiar os padrões, como tem sido apanágio da Benetton ao longo da sua história. Seguindo o mote da cor, imagem que está no seu ADN, ou não fosse o seu nome completo United Colors of Benetton, a exposição quis revelar as facetas mais conhecidas da marca de vestuário, da moda propriamente dita à sua forma de comunicar, como as irreverentes campanhas antiracismo e antipreconceito.

As obras expostas e a organização desta mostra são, por isso, da Fabrica, o centro de investigação da Benetton para a arte e comunicação.

São mais de 50 trabalhos, entre peças emblemáticas criadas ao longo de mais de 20 anos de atividade da Fabrica e outras novas, concebidas para a exposição, que inclui instalações, vídeos, cartazes, música, fotografias, ilustrações e objetos de design.

Com curadoria de Sam Baron, a exposição tem uma portuguesa na direção criativa: a designer portuguesa Mariana Fernandes, que também é autora de uma das peças em exposição – uma mão em néon verde, a cor que define a Benetton.

Há, de resto, uma pequena representação nacional nesta mostra. ‘Sal, Sol, Sul’, do estúdio Ah-Ha, ‘Color Mood’, de Silvia Matias, e ‘Sede’, de Gonçalo Campos, são algumas das peças de designers nacionais que passaram pela Fabrica e que estão representadas em ‘I See Colors Everywhere’.

Uma ilustração do americano Andy Rementer e uma instalação de Giorgia Zanellato e Daniele Bortotto, o projeto sobre albinos do fotógrafo sul-africano Pieter Hugo e as obras gráficas do designer espanhol Jaime Hayon e da diretora de arte ucraniana Anna Kulachek são outras das obras que podem ser vistas na exposição.

Oito cores, uma tendência
A exposição está dividida em oito cores: amarelo, rosa, azul, branco, preto, laranja, vermelho e verde. Cada uma das zonas está associada a um tom diferente. À medida que o visitante vai vendo as obras vai passando por modelos vestidos com peças da nova coleção, da cor correspondente à da zona em que se encontram.


Veja na galeria em cima, imagens da exposição.


O resultado é uma coleção primavera-verão, para mulher e homem, composta por peças básicas e com uma aposta na seleção de tecidos como algodões, usados em t-shirts, polos e camisas. Juntam-se as lãs merino em camisolas minimais de gola redonda, cardigans ou malhas oversize com inscrições. Para a parte de baixo privilegiou-se o denim, em calças skinny ou pelo tornozelo. As peças apresentam ainda pormenores como pregas, colarinhos contrastantes ou mangas largas ou em balão. Na coleção de mulher, os vestidos, para os quais a Benetton recorreu a musselina, apresentam um toque festivo e country, através de apontamentos como o bordado inglês, rendas e crochet. Já para os homens, a coleção aposta em calças e shorts combinados camisolas safari e casacos ao estilo saariano.

 

Ana Tomás, em Milão

Imagens: Benetton e Vascellari Nico