A convicção parte de Maria do Céu Santo. “A maior parte das pessoas não tem nenhuma disfunção sexual, tem uma disfunção de vida”, explica a ginecologista e obstetra e coordenadora de Medicina Sexual da Sociedade Portuguesa de Sexologia ao Delas.pt.
Para a especialista, “o que está a fazer diminuir a libido nas mulheres e homens não é o aumento da disfunção sexual”. São as condições de vida e as rotinas que estão a matar a cumplicidade e as relações entre os casais.
“As pessoas não podem chegar a casa às 11 da noite e sair às sete da manhã para ir trabalhar e ainda fazer sexo”, refere, falando de exemplos que lhe chegam da sua prática clínica.
“As pessoas têm de ter tempo para elas próprias e relaxar”, vinca.
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Por isso, antes de começar a tratar as eventuais disfunções sexuais, é preciso “primeiro têm de tratar a disfunção de vida”.
Ou seja, “é preciso começar por dormir, pelo menos sete horas, por dia”, aconselha.
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A autora de livros e comentadora regular em programas de televisão crê que esta realidade pode estar a conhecer alterações com as gerações mais recentes. “Atualmente, constato uma coisa engraçada: a nova geração quer ter tempo para os filhos, quer cuidar deles e acho que isso está a mudar”, refere.
Maria do Céu Santo afirma mesmo que aquele comportamento vai ter de ter um fim porque “o consumo de ansiolíticos, antidepressivos e indutores do sono não pode continuar a ser solução” e “isso vai ter de mudar”.
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