A marca desportiva germânica quer pôr fim às solas de borracha e acaba de celebrar um contrato milionário com uma empresa start up norte-americana, a Carbon, para fazer novos ténis cujos rastos serão feitos a partir de impressões 4D. Sim, leu bem 4D e não 3D (a três dimensões).
De acordo com esta nova técnica, os objetos impressos tridimensionalmente têm margem para ganhar “memória” com o tempo, mudando de forma, ganhando por isso a quarta dimensão de que falamos. Ou seja, há maleabilidade e adaptabilidade, algo que as impressões 3D não permitiam até ao momento.
Os novos modelos “Future Craft”, que pode ver na galeria acima, só vão estar disponíveis a partir de 2018, eventualmente um pouco antes, a partir da coleção outono/inverno.
Em Portugal, porém, estima-se – refere fonte oficial da marca ao Delas.pt – que o modelo só esteja, numa primeira fase, disponível para compra na loja online. Portanto, só em 2018 é que os portugueses poderão caminhar com impressões nos pés. Literalmente!
A Adidas diz que sua nova parceria com esta empresa (financiada por fundos de capital de risco) permite superar muitas das dificuldades de produção de uma sola, que pode rivalizar com uma outra feita por um molde tradicional, e a uma velocidade e preço que permitem a produção em massa.
“Este é um marco não só para nós como uma empresa, mas também para a indústria”, disse Gerd Manz, o responsável pela inovação da Adidas, citado pela agência Reuters.
“Estamos a romper com algumas barreiras”, afirmou o mesmo diretor, na apresentação do novo modelo.
De acordo com a marca, as perspetivas passam por comercializar, em circuito e a preços mais premium (não revelados) e numa primeira fase, 5 mil pares este ano. Nos planos, estão 100 mil para 2018, uma vez que com esta nova tecnologia – que encurta o tempo de produção do 3D – é possível ter uma sola a cada 20 minutos (antes era hora e meia).
A Adidas garantiu prever reduzir o preço final consoante o desenvolvimento da tecnologia.
Recorde-se que, já em 2016, a Adidas tinha vendido ténis com solas 3D por 315 euros (330 dólares) o par, mas aquelas apresentavam-se relativamente rígidas e pesadas, com um tempo de produção de dez horas.
Para lá destas primeiras investidas da Adidas no mundo do 3D, já as concorrentes Nike, New Balance e Under Armour faziam tentativas neste mundo das impressões na solas dos ténis.
Contudo, estas só têm recorrido a esta tecnologia mediante a necessidade de construir protótipos, solas adaptadas para atletas de alta competição e para novidades exclusivas. Parceira da Nike, a Hewlett Packard diz que suas impressoras mais recentes funcionam dez vezes mais rápido e a metade do custo do que os modelos anteriores.
Imagem de destaque: Adidas
