Afinal, muito sexo não traz felicidade

Afinal, muito sexo não traz felicidade
Afinal, muito sexo não traz felicidade

Um estudo americano conclui que os casais mais felizes não fazem sexo todos os dias, nem três vezes por semana, nem duas: uma vez é suficiente e isto é válido para homens e mulheres, mais jovens ou mais velhos e em relações recentes ou com décadas.

É comum pensar-se que mais sexo significa maior felicidade e estudos anteriores tinham confirmado essa teoria. No entanto, uma investigação da americana Society for Personality and Social Psychology, baseada em depoimentos de mais de 30.000 americanos recolhidos ao longo de quatro décadas, chega a uma conclusão diferente.

“Apesar de sexo mais frequente ser associado a maior felicidade, esta relação não se verifica quando a frequência é superior a uma vez por semana”, explica a investigadora Amy Muise. “Os resultados indicam que não é necessário fazer sexo todos os dias desde que se mantenha a relação de intimidade”.

E os solteiros?
Estes resultados respeitam sobretudo a casais heterossexuais e que vivem juntos. É possível – menciona o relatório – que para as pessoas solteiras a relação entre sexo e felicidade dependa de fatores como o contexto em que a relação sexual acontece e a forma como lidam com o sexo fora de um relacionamento.


Veja também o artigo 10 desculpas que não pode usar para não fazer sexo


A pesquisa abordou outros estereótipos, nomeadamente os que sugerem que os homens querem fazer mais sexo do que as mulheres; que pessoas com mais idade têm menos relações sexuais; e que a regularidade sexual tende a diminuir ao longo da relação. No entanto, não se registaram diferenças em termos de género, idade ou duração do relacionamento afetivo: “Os resultados são consistentes para homens e mulheres, mais jovens ou com mais idade e que se casaram há poucos anos ou há décadas”, diz a psicóloga social.

Dinheiro traz felicidade?
O dinheiro também é vulgarmente associado à felicidade mas será mais importante do que o sexo? Uma pesquisa complementar, online, envolvendo 335 pessoas com relações duradouras, reforçou a conclusão do estudo: verificou-se uma diferença muito maior na felicidade dos casais que tinham sexo uma vez por semana face aos que o faziam menos de uma vez por mês; do que entre casais com um rendimento anual de 15.000 a 20.000 dólares e os auferiam 50.000 a 75.000 dólares. Neste contexto, o dinheiro revela-se menos relevante do que o sexo.

“Manter uma relação de intimidade com o/a parceiro/a sem fazer muita pressão para ter sexo com a maior frequência possível”, diz Amy Muise.

Um outro estudo, realizado em três períodos ao longo de 14 anos e que envolveu 2.400 casais americanos, abordou a relação entre a frequência sexual e a satisfação com a vida em geral. Mais uma vez, os inquiridos mais satisfeitos foram os que tinham sexo semanalmente, não sendo óbvia, portanto, a “vantagem” de ter relações sexuais com uma regularidade superior.


Leia ainda o artigo Como o tempo afeta a vida sexual do casal


Destes resultados, refere Amy Muise, não faz sentido concluir que os casais devam esforçar-se para fazer mais ou menos sexo para atingir a média de uma vez por semana. O importante é discutir se as necessidades sexuais de cada um estão a ser satisfeitas e “manter uma relação de intimidade com o/a parceiro/a sem fazer muita pressão para ter sexo com a maior frequência possível”.