A portuguesa que mais sucesso faz nas ‘Playboy’ de todo o mundo

Depois de anos a trabalhar com a ‘Playboy’ em 20 países diferentes, Ana Dias despertou finalmente a atenção da revista norte-americana. Esse ponto de viragem na sua carreira deu-se em junho de 2015, quando o diretor da publicação, Jimmy Jellinek, a convidou para um projeto inovador: um webshow sobre as suas aventuras enquanto fotógrafa da marca internacional.

“Para eles, era muito interessante a ideia de uma mulher a fotografar as modelos mais bonitas em todo o mundo. E ao início, eu não queria acreditar. Parecia um sonho!”, confessa a portuguesa de 31 anos ao Delas.pt. Um sonho que não demorou muito a tornar-se realidade. Agora, a série ‘Playboy Abroad: Adventures with Photographer Ana Dias’ lança novos episódios a cada 15 dias, no site da revista masculina, e cada um deles consiste “numa espécie de diário” da sua vida. “Há sempre uma nova modelo, que é fotografada por mim numa cidade diferente, num qualquer país do mundo. Mostramos sempre os bastidores da sessão fotográfica, mas também os momentos de descontração, em que passeamos pela cidade, conversamos, bebemos uns copos…”, conta.

A oportunidade de conhecer diferentes culturas é, para Ana Dias, um dos maiores privilégios deste projeto. “É muito interessante conhecer e poder dar a conhecer um pouco do mundo e como cada país reage ao erotismo. Acho que é isso que torna este programa especial e diferente de tudo o que já foi feito”, destaca a profissional.

“Quando viajo, trago sempre comigo o melhor de cada cidade. Mas Tóquio [Japão] marcou-me muito, por ser a mais diferente de todas: as pessoas são muito gentis e educadas, a cidade é repleta de cor, de neóns, de karaoke, de cosplayers [artistas de rua que se vestem de uma determinada personagem] e de multidões animadas, mas também há a parte tradicional, dos templos budistas, das gueixas e santuários milenares. É impossível não ficar apaixonada por esta cidade”.

Este pode ser o ponto alto da relação de Ana Dias com a revista erótica, mas o tiro de partido já foi dado há muito. “A minha primeira experiência como fotógrafa da ‘Playboy’ ocorreu através de um concurso de organizado pela ‘Playboy Sérvia’. Os vencedores teriam a oportunidade de fazer um editorial para a revista desse país. Eu concorri e fui uma das premiadas. Nessa mesma altura, a ‘Playboy Portugal’ entrou em contacto comigo para fazer a minha primeira capa, com a Raquel Henriques, e foi assim que tudo começou”, recorda.

Bem, nem por isso. Tudo começou, de facto, com o despertar da sua paixão por fotografia, aos cinco anos de idade. ” Lembro-me exatamente da primeira fotografia que tirei. A câmara era ainda analógica e a minha mãe serviu de cobaia. Foi uma grande vitória ter conseguido enquadrá-la, sem lhe cortar os pés ou a cabeça”, brinca a artista natural do Porto.

E apesar de apreciar vários tipos de fotografia, o “fascínio” pelo corpo feminino sempre falou mais alto. “As formas, as curvas, os contornos, o facto de poder ser simultaneamente delicado e poderoso… A nudez da mulher é, sem dúvida, uma das maiores obras de arte, quando captada de forma adequada”, reconhece.

“Fotografar nudez feminina é emocionalmente forte, porque envolve algum secretismo e mistério, mas se for mostrada com sensibilidade, acredito que a imagem da mulher é valorizada. No meu trabalho, procuro mulheres poderosas, com pleno controlo da sua sexualidade e de qualquer situação. Mulheres que amem o seu corpo e que tenham orgulho em mostrá-lo ao mundo”.

As “adventures abroad“, que atualmente decorrem a todo o vapor, deram a Ana Dias a oportunidade de concretizar um outro sonho: conhecer Hugh Hefner, dono do império ‘Playboy’. “Ele convidou-me para a sua mansão em Beverly Hills, aquando da minha visita a Los Angeles [em junho do ano passado]. Foi muito emocionante. Nunca imaginei poder abraçar o homem que imaginou e criou o mundo onde trabalho e que tanto me tem dado. Foi um sonho tornado realidade!”.