Anabela Baldaque, feminina como sempre

Anabela Baldaque chamou à coleção apresentada esta sexta-feira na Alfândega do Porto ‘Império dos Sentidos’ e embora o título remeta para o universo erótico do Japão – há um filme de 1976 que, apesar de escandalizar a boa sociedade, fez sucesso quando as videocassetes chegaram a Portugal – remete também para o Oriente.

É daqui, do Oriente e não do erotismo, que o imaginário da coleção apresentada hoje se inspira. De acordo com a informação dada à imprensa, mais especificamente no Nepal e na Índia. Onde é que se pode ver essa informação referencial? No vestido laranja que ata atrás com um veludo rosa, nos casacos cujas mangas têm faixas largas de veludo ou pelo, nos tecidos adamascados e brocados.

Diz Anabela Baldaque que estas mulheres “são condessas boho, de mãos dadas com um forte registo pop. Todos os 45 looks são um desafio à personalidade de cada um. São roupas assumidamente complexas e intensas, desenhadas e principalmente conjugadas para fazer pensar. Dão espaço para desconstruir, até ficarem peças simples.”

Feminina como é costume, a coleção de Anabela Baldaque é cheia de volumes e camadas, jogam em contrastes de texturas, de cor como azuis-escuros embrulhados em cinzas e pretos, jogos gráficos de pretos e brancos, amarelo ocre e beges, verde-oliva e verde água, pratas, rosas misturados com castanho-cobre.