Aprenda a conhecer os sinais de perigo na sua pele

Os cuidados a ter com a pele durante a exposição solar são repetidos todos anos, em especial quando chega o verão e as idas à praia.

Evitar estar ao sol nas horas de maior calor (entre as 11h e as 14h), procurar sombras, usar chapéu e roupas que cubram a maior parte do corpo, colocar o protetor solar em casa e voltar a passá-lo na pele de duas em duas horas – voltando a aplicar se for ao banho – ter em conta os níveis de radiação ultravioleta, previstos diariamente pelo IPMA são algumas das formas de prevenção contra o cancro de pele.

Estima-se que 80% dos cancros da pele, sejam originados pela exposição solar intensa. As queimaduras solares, vulgarmente designadas de escaldões, são um dos principais desencadeadores das lesões que evoluem para esse tipo de patologia, que têm no melanoma a sua forma mais agressiva. Entre essas lesões estão os sinais que surgem numa pele saudável.

“Ter muitos sinais, sinais esquisitos é um marcador para isso acontecer, mas não são propriamente os sinais que já se tem que vão degenerar e dar origem a um cancro”, explica ao Delas.pt, Margarida Rafael, dermatologista do IPO de Lisboa.

A especialista refere que “a maioria dos sinais perigosos não aparecem sobre os que existem na pele, aparecem de novo e, à partida, são logo malignos. Dois terços dos cancros aparecem em pele saudável, que não tem sinal nenhum”, acrescenta.

Apesar disso, os sinais podem ser um dos fatores de risco, quando evidenciam características fora do normal – em regra, são redondos, ou ovais e pequenos -, existem em grande número e se concentram numa zona do corpo.

“Pessoas com mais de 50 sinais no tronco é um fator de risco. E dentro dos sinais, pessoas com sinais que [os dermatologistas] chamam de atípicos: sinais grandes, irregulares, com contornos esbatidos e cores diferentes. Não são melanomas, mas são sinais ‘esquisitos'”, refere a médica do IPO.


Veja na fotogaleria, em cima, as principais alterações nos sinais a que, segundo a Deco, deve estar atenta.


“Proteger a pele toda e não só os sinais” é, por isso, a primeira recomendação que a dermatologista do IPO deixa numa altura em que o corpo anda mais despido e sujeito àquela que constitui a principal dor de cabeça para os especialistas em época estival. “Nas férias a preocupação principal é que as pessoas não apanhem escaldões”.

Proteja-se ao ar livre

Um dos maiores erros cometidos é negligenciar-se os contextos em que esse tipo de queimaduras pode ocorrer, sendo as precauções tomadas apenas na praia ou na piscina.

“Há muitas pessoas que me aparecem com escaldões porque foram a festivais ou porque foram fazer uma caminhada e acham que aí não têm de se proteger do sol. Esse é o grande erro atual, as pessoas só se protegem quando vão para a praia”, afirma Margarida Rafael.

Outro erro fundamental, diz, é pensarem que “os protetores solares são armaduras”.

“É muito mais importante as pessoas terem cuidado com as horas do sol, procurarem a sombra, vestirem-se. O protetor é mais uma ajuda, mas não é a mais importante.”


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O histórico familiar de casos de melanoma, o fotótipo das pessoas – a cor da pele, que vai das mais claras às mais escuras –, que determina a capacidade da pessoa se bronzear e consequentemente desenvolver maior proteção da pele são outros dos fatores de risco.

“As pessoas que não têm a capacidade de se bronzear, como os fotótipos 1 e 2 estão em risco porque a pele deles não tem proteção e, por isso, apanham escaldões com muita facilidade.”

Também as pessoas que, por questões profissionais, apanham sol a vida inteira, como agricultores ou pescadores, ou pessoas imunodeprimidas, como as transplantadas ou com sistema imunitário enfraquecido, são particularmente vulneráveis aos efeitos nocivos do sol na pele e mais suscetíveis a desenvolver cancro cutâneo.