As origens do Dia Mulher

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A celebração do Dia Internacional da Mulher a 8 de março foi instituída pelas Nações Unidas, em 1975, mas as origens de uma data consagrada à luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade têm mais de 100 anos.

Historicamente, o primeiro Dia da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América, por iniciativa do Partido Socialista americano, em memória dos protestos das operárias da indústria do vestuário contra as más condições de trabalho e salariais. Um ano depois, na Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhaga, na Dinamarca, por proposta da socialista alemã Clara Zetkin, é aprovada uma celebração anual das lutas por direitos das mulheres trabalhadoras.

A partir desse momento, o Dia da Mulher adquire um caráter internacional, passando a ser assinalado com diferentes protestos e manifestações, nos Estados Unidos e na Europa, normalmente entre os meses de fevereiro e março.

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Women’s International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922. Foto da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

A importância da data é reforçada quando, a 25 de março de 1911, 146 mulheres morrem num incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque. Segundo relatos, na época, as mulheres, na sua maioria imigrantes, estavam trancadas no nono piso de um edifício de 10 andares. Muitas morreram queimadas e outras por se atirarem das janelas, para fugir às chamas. Um cenário que a cidade só voltaria a ver a 11 de setembro de 2001, com o atentado contra as Torres Gémeas.

Outro episódio importante na consolidação do 8 de março como Dia Internacional da Mulher acontece na Rússia, a 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano), com a greve e a manifestação de centenas de trabalhadoras de fábricas têxteis, que saíram à rua para pedir “paz e pão” opondo-se à participação do país na Primeira Guerra Mundial. É um dos protestos que, juntamente com a revolução socialista de outubro, leva à saída da Rússia do conflito.

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Berlim, Dia da Mulher, 1951. Foto do Arquivo Federal Alemão

Desde esse tempo até hoje foram muitas as conquistas alcançadas em matéria de direitos das mulheres, mas não o foram de forma universal e outras tantas continuam por alcançar ou pôr em prática. O Dia Internacional da Mulher continua, por isso, em pleno século XXI, a fazer tanto sentido como nos seus primórdios, ainda que as lutas sejam outras. As várias manifestações e celebrações que ocorrem hoje em Portugal e no mundo são exemplo disso.

AT