Ban Ki-moon quer uma mulher a liderar a ONU

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U.N. Secretary General Ban Ki-moon (L) addresses the audience next to Susana Malcorra, United Nations Chef de Cabinet to the Executive Office, during a session of the Community of Latin American and Caribbean States (CELAC) summit in Havana January 28, 2014. REUTERS/Enrique De La Osa (CUBA - Tags: POLITICS) - RTX17YYX

O Secretário-Geral das Nações Unidas disse que “está na hora” ter uma mulher a presidir aos destinos da Organização. “Temos muitas lideres mulheres distintas e eminentes em governos nacionais ou em outras organizações ou mesmo em comunidades empresariais, comunidades políticas e culturais, e em todos os aspetos da nossa vida. Não há qualquer razão para que isso seja diferente nas Nações Unidas,” reforçou Ban Ki-Moon, numa altura em que se prepara para abandonar o cargo.

Na corrida para a liderança da Organização que reúne a maioria dos países do mundo há 11 candidatos e 5 são mulheres. O ex-primeiro ministro português António Guterres é um deles e perfila-se com um dos favoritos, depois do trabalho levado a cabo com Alto Comissário para os Refugiados. Nos straw polls, uma votação que serve para eliminar candidatos, Guterres é o único que ainda não teve qualquer voto contra. Mas esta declaração de Ban Ki-Moon ao jornal The Guardian pode alterar as cartas e jogo.

Uma questão de influência
No início do ano surgia a WomanSG (mulher Secretária-Geral) um lobby assumido dentro das ONU para mobilizar os países para a necessidade de ter uma mulher como Secretária-Geral. Nessa altura, apontavam-se dois nomes como os mais prováveis e melhor preparados para sucederem a Ban Ki-Moon: Irina Bokova e Vesna Pusic.

A ideia deste grupo era criar consciência sobre tornar as instituições mais próximas da população mundial. WomanSG defendia que ter uma mulher como Secretária-Geral das Nações Unidas daria mais força às mulheres em todo o mundo e seria um símbolo influenciador do potencial feminino. As mulheres seriam inspiradas pela mulher que fosse eleita e chegariam mais longe.

Apontada hoje como a mais provável a conseguir exercer essa influência é a ministra dos Negócios Estrangeiros argentina, Susana Malcorra. Pusic já desistiu, Bokova mantém-se na corrida e Helen Clark, Christiana Figueres e Natalia Gherman são os outros nomes ainda na lista de candidatos ao cargo mais alto de diplomacia do mundo.

Se uma delas conseguir a eleição será a primeira vez em 70 anos que a ONU terá uma mulher na liderança – os mesmos anos que tem a organização. O The Guardian escreve hoje que há uma lista de 56 países dispostos a votar numa mulher. Há por isso boas possibilidades de uma mulher vir a ser mesmo a Secretária-Geral.