Betty Faria sobre caso José Mayer: “Acho essa história mal contada”

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“Mayer sempre foi um gentleman, respeitador. Só tenho elogios. Depois do [José] Wilker, foi o ator com quem mais contracenei. Passámos por situações constrangedoras”, começa por dizer Betty Faria em entrevista à Globo. A atriz brasileira recordou os tempos em que dividiu o ecrã com o colega, recentemente acusado de assédio sexual por uma figurinista, e afirmou que acredita que esta história está “mal contada”.

“Nós somos do tempo em que não havia autocarros camarim, trocavamos de roupa numa carrinha. (…) Eu fazia as minhas necessidades numa lata e pedia: ‘Zé, olha para lá’. Não quero discutir o que ele fez ou escreveu. Ele deve ter tido seus motivos. Conhecendo o Zé dos bastidores, acho essa história mal contada”, adiantou.

Betty Faria e José Mayer em ‘Tieta’, de 1989

Recorde-se que José Mayer admitiu ter assediado sexualmente Susllen Tonani. O caso chegou às autoridades, mas foi arquivado por decisão da própria figurinista, que decidiu não avançar com queixa criminal.

Betty Faria, que celebra 76 anos no próximo dia 8, não nega que ao longo de 55 anos de carreira foi assediada. Diz que resolveu os seus “problemas”, “cada caso de um jeito”. “Se for falar de tudo pelo que passei daria um livro. Imagina o que não passou uma pessoa razoavelmente bonita, razoavelmente gostosa. Foram muitos casos. (…) Tive uns bizarros, mas sobrevivi”, acrescentou.

A atriz forte de outros tempos, revela, deu agora lugar a “uma florzinha”, que se incomoda mais com as coisas do que em tempos de juventude. E os cabelos brancos que ostenta com orgulho são “um ato político”. “É normal ter este cabelo na minha idade. Os artistas da minha geração estão com o cabelo desta cor. Caetano Veloso, Antonio Fagundes… Eu quero estar bem para a minha idade”, sublinha.