Clinton venceu o debate contra Trump

Hillary Clinton
Fotografia de Carlos Barria/Reuters

A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, venceu esta terça-feira o primeiro debate contra o seu rival nas eleições de novembro, o republicano Donald Trump, de acordo com 62% dos inquiridos numa sondagem da televisão norte-americana CNN.

Entre os inquiridos, 41% identificou-se como democrata, enquanto 26% disse ser republicano. Os restantes disseram não ter filiação política.


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Apenas 27% dos 521 inquiridos, todos eleitores registados, disse que foi Trump quem se saiu melhor no debate, realizado na Universidade de Hofstra (Nova Iorque), na segunda-feira à noite.

Trump e Clinton vão voltar a debater nos próximos dias 09 e 19 de outubro, em San Luis (Missouri) e em Las Vegas (Nevada), respetivamente.

Clinton culpa armas pela morte de afro-americanos e Trump pede “lei e ordem”
A candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, culpou as armas pela violência que atinge a comunidade afro-americana enquanto o seu rival, Donald Trump, pediu “lei e ordem” para acabar com a tensão entre negros e polícia.

“Há duas palavras que a secretária Clinton não quer usar, que são lei e ordem”, salientou Trump, durante o primeiro debate entre os dois candidatos, em que considerou que a polícia “tem medo que fazer alguma coisa”, sendo por isso que se multiplicaram os tiroteios em cidades como Chicago.

Sobre o tema, Clinton propôs três medidas contra a tensão racial: restabelecer a confiança entre a polícia e as comunidades afro-americanas, treinar os agentes e combater a “epidemia” da violência armada, que ceifa, de forma desproporcionada, a vida de jovens afro-americanos.

Ainda em questões raciais, Clinton acusou o seu rival na corrida deste ano à Casa Branca de lançar a sua carreira política através do apoio à teoria “racista” que questionou a cidadania do atual Presidente norte-americano, Barack Obama.

Segundo a ex-secretária de Estado, Trump tentou recentemente fechar o assunto ao admitir que o Presidente nasceu, de facto, nos Estados Unidos, como forma de evitar embaraços.

“Mas isto não pode ser descartado tão facilmente. Ele realmente começou a sua atividade política com base nesta mentira racista de que o nosso primeiro Presidente negro não é um cidadão norte-americano”, afirmou Clinton, durante o debate da campanha para as eleições de novembro, que decorreu em Nova Iorque.

A candidata pelo Partido Democrata criticou ainda Trump por declarações e atitudes em relação às mulheres.

Segundo Clinton, Trump dirigiu já diversos insultos às mulheres e “disse que a gravidez é uma inconveniência para as empresas e que as mulheres não merecem ganhar o mesmo salário do que os homens”.

A ex-secretária de Estado lembrou que Trump, que antes organizava os concursos de Miss Estados Unidos e Miss Universo, chamou “miss porquinha” e “miss dona de casa” a uma concorrente de origem venezuelana.

Ao longo do debate, Trump tratou a sua rival por “secretária Clinton”, numa referência ao cargo que ocupou no Governo norte-americano, enquanto Hillary Clinton o tratou por Donald.

Clinton critica “desprezo” por muçulmanos de Trump
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, acusou Hillary Clinton de deixar um rasto de caos no Médio Oriente quando foi secretária de Estado, enquanto a sua rival criticou o “desprezo” do milionário pelos muçulmanos.

“Olhamos para o Médio Oriente, é o caos total, [e foi] durante a sua liderança, em larga medida”, disse Trump esta madrugada.

A democrata Hillary Clinton defendeu, por seu lado, a importância de trabalhar com as comunidades muçulmanas, “dentro e fora” dos Estados Unidos, para combater o terrorismo.

Clinton criticou o “desprezo” do seu rival pelos muçulmanos e defendeu que esta comunidade é uma importante aliada e pode ter um papel fundamental na disponibilização de informação sobre células terroristas, também no Médio Oriente.

“Donald insultou constantemente os muçulmanos aqui e no estrangeiro (…) Eles podem dar-nos informação que mais ninguém pode”, assegurou a ex-secretária de Estado durante o debate na Universidade de Hofstra (Nova Iorque).

Durante a sua campanha, Trump apelou à proibição temporária da entrada no país de todos os muçulmanos.

O republicano assegurou ainda que nunca apoiou a invasão do Iraque e acusou a imprensa de fabricar esse apoio.

O magnata acusou o atual Presidente, Barack Obama, e a sua administração, de que fazia parte Hillary Clinton, de promover o aparecimento do grupo extremista do Estado Islâmico ao sair do Iraque em 2011.

Segundo Trump, Obama deve deixar cerca de “dez mil soldados ou mais” para manter a estabilidade no país e proteger, por exemplo, a infraestrutura petrolífera, cuja exploração encheu os cofres dos extremistas.

Clinton recordou que a saída das tropas foi fruto de um acordo assinado pelo então Presidente, George W. Bush, e o Governo do Iraque, no qual Obama não esteve envolvido.

“Donald apoiou a guerra do Iraque”, atirou a democrata, sendo interrompida por Trump que afirmou repetidamente “errado, errado, errado”.

Nesse momento, o moderador, Lester Holt, recordou que, em 2002, Trump manifestou o seu apoio à guerra numa entrevista, ao que Trump respondeu que tal informação foi “inventada” pela imprensa.

Nessa entrevista, quando questionado sobre se apoiava a intervenção, Trump disse: “Suponho que sim”, uma afirmação que hoje o candidato diz ter significado: “Quem sabe”.

Durante o debate, Trump defendeu também afirmações anteriores em que questionou alianças de longa data dos Estados Unidos, como a do Japão, país que considera ter de pagar por esse apoio.

“Não podemos ser os polícias do mundo, não podemos proteger países em todo o mundo, onde não nos estão a pagar aquilo que precisamos”, afirmou.

O republicano disse ainda que a democrata não tem “energia” suficiente para ser Presidente, depois de Clinton ter tido uma pneumonia.

“Não acredito que realmente tenha essa energia. Para ser Presidente deste país é preciso ter uma energia tremenda”, afirmou.

Clinton respondeu: “Bom, quando ele viajar para 112 países e negociar acordos de paz, cessar-fogos, libertação de dissidentes (…) ou passar 11 horas a testemunhar perante um comité do congresso, então pode falar-me de energia”.

Clinton culpa armas pela morte de afro-americanos e Trump pede “lei e ordem”
A candidata democrata à Presidência dos EUA, Hillary Clinton, culpou as armas pela violência que atinge a comunidade afro-americana enquanto o seu rival, Donald Trump, pediu “lei e ordem” para acabar com a tensão entre negros e polícia.

“Há duas palavras que a secretária Clinton não quer usar, que são lei e ordem”, salientou Trump, durante o primeiro debate entre os dois candidatos, em que considerou que a polícia “tem medo que fazer alguma coisa”, sendo por isso que se multiplicaram os tiroteios em cidades como Chicago.

Sobre o tema, Clinton propôs três medidas contra a tensão racial: restabelecer a confiança entre a polícia e as comunidades afro-americanas, treinar os agentes e combater a “epidemia” da violência armada, que ceifa, de forma desproporcionada, a vida de jovens afro-americanos.

Ainda em questões raciais, Clinton acusou o seu rival na corrida deste ano à Casa Branca de lançar a sua carreira política através do apoio à teoria “racista” que questionou a cidadania do atual Presidente norte-americano, Barack Obama.

Segundo a ex-secretária de Estado, Trump tentou recentemente fechar o assunto ao admitir que o Presidente nasceu, de facto, nos Estados Unidos, como forma de evitar embaraços.

“Mas isto não pode ser descartado tão facilmente. Ele realmente começou a sua atividade política com base nesta mentira racista de que o nosso primeiro Presidente negro não é um cidadão norte-americano”, afirmou Clinton, durante o debate da campanha para as eleições de novembro, que decorreu em Nova Iorque.

Economia gera primeiro confronto do debate entre Clinton e Trump
A economia esteve no centro do primeiro confronto entre Donald Trump e Hillary Clinton no debate eleitoral desta madrugada, com o republicano a criticar a fuga de empresas para fora dos EUA e a democrata a acusá-lo de beneficiar da crise imobiliária.

Nos primeiros momentos do debate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro, que decorre em Nova Iorque, Donald Trump culpou o México e a China pela fuga de empresas norte-americanas do país, que levaram à perda de empregos em zonas como Ohio e Michigan.

“Temos de impedir que as empresas deixem [os Estados Unidos]”, afirmou Trump, que reiterou a sua proposta de taxar as empresas que se mudem para outros países mas pretendam vender os seus produtos em território norte-americano.

Quando Trump acusou Hillary de apoiar o Acordo Trans-Pacífico de Cooperação Económico, a democrata retorquiu que o rival republicano vive “na sua própria realidade”.

Sobre os empregos, Clinton garantiu que os vai recuperar, algo que Trump “não consegue” fazer.

A democrata prosseguiu afirmando que Trump foi um dos magnatas do imobiliário que beneficiou com a crise económica que atingiu o país em 2008.

“Donald foi um dos que se aproveitou da crise imobiliária”, assegurou a ex-secretária da Estado.

Clinton reiterou que um dos motivos principais porque a crise – “a pior desde a Grande Depressão” –aconteceu foi devido a um sistema semelhante ao que Trump quer promover, centrado no corte aos impostos dos mais ricos.

A candidata à Casa Branca lembrou ainda que Trump declarou por seis vezes bancarrota e deixou centenas de trabalhadores sem receberem aquilo que lhes era devido.

“Há muitos grandes empresários que nem sequer se refugiaram uma única vez na bancarrota, você fê-lo seis vezes”, insistiu, quetsionando Trump, com ironia, se é com essa experiência que pretende negociar a dívida nacional dos EUA.

Os dois trocaram também acusações em torno do uso, por Clinton, de um servidor privado para trocar e-mails como secretária de Estado e sobre a recusa de Trump de divulgar informação sobre os seus impostos.

“Vou divulgar as minhas declarações de impostos, contra a vontade dos meus advogados, quando ela [Clinton] divulgar os seus 33 mil e-mails, que foram apagados”, disse Trump.

“Não tenho motivos para acreditar que ele [Trump] vá alguma vez divulgar as suas declarações de impostos porque há algo que está a esconder”, respondeu Clinton.

Sobre os e-mails, a ex-secretária de Estado (2009-2013) admitiu que cometeu “um erro” ao utilizar correio eletrónico privado, acrescentando que “assume a responsabilidade” desses atos e indicando que hoje agiria de forma “diferente”.

“Foi mais do que um erro. Foi de propósito”, acusou Trump.

Clinton utilizou um servidor privado de correio eletrónico enquanto era secretária de Estado, a partir do qual enviou informação classificada e que, segundo o FBI, correu risco de cair nas mãos de atores externos e hostis aos Estados Unidos.

Este foi o primeiro de três debates entre os dois candidatos à Casa Branca nas eleições deste ano.