Coleção H&M sustentável cada vez maior e mais bonita

A coleção H&M Conscious Exclusive 2017 chegou esta quinta-feira às lojas. As peças feitas de forma sustentável (o que – de acordo com a marca sueca – significa com o menor desperdícios de recursos possível, com a maior utilização algodão biológicos e com recurso a mão de obra paga justamente pelo trabalho feito) põem de parte qualquer preconceito que se possa ter sobre a beleza possível dos artigos de moda quando estes têm uma pegada ecológica reduzida.

Núria Ramirez, diretora de sustentabilidade da marca para Portugal e Espanha, conhece e reconhece as razões do preconceito. Na apresentação dos objetivos da marca para as questões ambientais, que decorreu esta semana em Lisboa, a espanhola mostrou a primeira coleção H&M Conscious. Na fotografia estavam os tecidos em malha de algodão em cores pardas – beijes, beringela – e cortes pouco animados.

Dez anos volvidos, o que se pode hoje constatar da coleção que acaba de ser posta à venda é que a sustentabilidade pode ser sinónimo de glamour. Como é que isso se consegue?

“Através das tecnologias inovadoras que estão a aparecer. Há cada vez mais formas de produção que tornam possível combinar design e responsabilidade ambiental”, diz Núria Ramirez à margem do encontro.

Os exemplos são vários e visíveis nas peças – seja o vestido de festa cor-de-rosa que é feito com um fio Bionic criado a partir de 89 garrafas de plástico recolhidas dos oceanos e transformadas em têxtil, seja uma saia estampada feita de poliéster reciclado que pode ter vindo de um impermeável feio e gasto, seja um vestido de algodão bordado em que todos os materiais usados têm um certificado de origem biológica.

A sustentabilidade é uma política da H&M, que tem um plano definido e faseado para se tornar a marca de moda de grande consumo ais verde. Se em 2016, 43% do algodão utilizado era biológico, o objetivo para 2030 é que todas as peças produzidas em algodão possam receber o certificado de amigo do ambiente. Se estas representam neste momento 26% da produção das marcas, a ideia é que mesmo todas as outras venham a ser construídas de forma ambiental e socialmente responsável até daqui a 12 anos.

Os consumidores também são chamados a participar nas metas ecológicas. A reciclagem das peças é, desde logo, uma responsabilidade que a H&M dá aos seus clientes ao colocar permanentemente contentores de recolha da roupa usada nas suas lojas. Esta iniciativa já está em prática desde 2013, mas as toneladas de roupa recolhida têm aumentado todos os anos.

O correto tratamento das roupas, na casa dos compradores é outro passo que a H&M tenciona incentivar, de forma que as peças durem ainda mais tempo e, portanto, poluam menos. Acerca do que nos parece um contrassenso – a H&M é uma marca de grande consumo que, ao tornar-se amiga do ambiente está a pedir aos clientes que comprem menos – Núria Ramirez contesta:

“A população do mundo está a crescer e a classe média também vai crescer. Estima-se que apareçam mais 3 mil milhões de membros da classe média pelo que acreditamos que vamos ter mercado. O que não podemos é continuar a olhar para o lado como se não vivêssemos neste mundo.”

A H&M também está num processo de tornar as suas lojas mais sustentáveis, com a redução dos consumos de água e eletricidade e com a compra energia a fornecedores de energias limpas.

Por tudo isto, o grupo H&M (que inclui além desta marca detém a COS, a & Other Stories, a Monkl, a Cheap Monday e a Weekday) pretende liderar o caminho da moda em direção à pegada de carbono zero, sem comprometer o design ou a qualidade habitual das peças. É possível? A galeria acima, com as peças desta H&M Conscious Exclusive 2017 parece dizer que sim.