Recrie o estilo de ‘A Bela e o Monstro’

Um homem saiu de casa para trabalhar. Fez asneira e a filha prontificou-se para o ajudar. Como todos os contos de fadas este também tem um propósito formador e moralista, e como na maior parte dos contos, com o sacrifício de uma rapariga jovem, bela e de bom fundo, e por isso recompensada. Afinal o karma é a última esperança dos bonzinhos sacrificados, especialmente nos contos de fadas.

O filme que estreia esta quinta-feira com a formosa Emma Watson como a Bela do Monstro doura muito a pílula. Mas abre a porta a este revivalismo geral – mesmo geral! – para o qual a decoração também contribui, fazendo voltar o clássico e apresentando-o como coisa boa.

A versão que estreia este dia 16 dá um grande salto em frente e traz um palácio fabuloso com uma ponta de gótico só possível com a magia da animação hightech, como esta. E ao mesmo tempo está cheia de pormenores e “pormaiores” do século XVIII, quando nasceu este conto e a decoração como a conhecemos ainda hoje.

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Lacas, dourados, madeira entalhada, capitonado, porcelana decorada, lustres de lágrimas de cristal, tapeçaria e espelhos de grande formato à veneziana, tantas são as coisas que hoje, como há 250 anos, refletem o desejo de boa parte do mercado. Não é com certeza a praia dos eruditos que só gostam de superfícies onde o vazio é a decoração, como pode ser o seu caso. Se o for, compre só um destes da galeria, ou se possível o original do século XVIII, vai ficar bem com uma peça de Jacobsen ou dos Eames.

Há de sempre haver clássico burguês, enquanto houver um existe o outro, são nuclearmente intrínsecos. Também há de sempre haver gente com 20 anos que se ri daquilo. Mas quando tiverem 50 venha cá dizer se não gostam já de um clássico. Pode não ser este, pode ser e será com certeza outro, mas será clássico.