Desligue-se por uma hora e ligue-se ao planeta

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[Este artigo leva cerca de 15 minutos a ler. Depois de o terminar, desconecte-se, dedique-se a atividades que lhe deem igual prazer, que não consumam energia e regresse, por fim, a nós. Esperamos por si. Obrigada. Delas.pt]

Sim, sabemos que é dia de jogo da seleção nacional de futebol, mas não se esqueça que este sábado, 25 de março, haverá um apagão mundial.

A partir das 20:30h e até às 21:30h estamos perante a Hora do Planeta e a missão passa por aderirmos à iniciativa que pede que não consumamos energia e que olhemos pela sustentabilidade do planeta e que combatamos – cada um com a sua parte – as alterações climáticas.

Se optar por ficar em casa, num momento mais introspetivo a ter lugar no escuro e no silêncio, nada contra. Há muito para fazer a solo, a pares ou em grupo.

E que tal um jantar romântico à luz das velas? E porque não, até vale jogar ao quarto escuro! Mas avisamos, desde já, que há muitas alternativas fora de portas e não precisa de assinalar o momento sozinha.

Em Lisboa, em pleno Parque Eduardo VII há concerto prometido à luz das velas – as portas abrem às 20:00h – e com artistas bem conhecidos da nossa praça: Raquel Tavares, Carminho, Matias Damásio, Tiago Bettencourt, André Sardet, Tito Paris, Samuel Úria, Enoque e Janeiro. Os bilhetes custam 10 euros – crianças até aos 12 anos não pagam – e o montante angariado reverte a favor das causas do fundador e promotor do evento World Wildlife Fund (WWF) e das suas atividades em Portugal.

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Este ano, são mais de 100 os municípios portugueses que disseram “sim” antecipado ao evento. A estes, juntam-se também os monumentos nacionais mais emblemáticos como a Ponte 25 de Abril, o Mosteiro dos Jerónimos, a estação do Rossio o Cristo Rei, em Lisboa. Por isso, pode sempre sair de casa para celebrar in loco o evento.

Se reside longe de Lisboa, também há alternativas. No Porto, a ponte da Arrábida vai tingir-se de breu e os Deolinda vão dar um concerto para chamar a à atenção da causa

Fora das duas grandes cidades, destaque para o apagão do Castelo de Abrantes, Castelo de Bragança, Moínho das Castanholas no Cadaval, Castelo de Celorico, Arco da vila de Faro, Igreja Nossa Sra da Conceição, em Ferreira do Alentejo, Muralhas do Castelo de Loulé, e Pavilhão Macau de Loures. O Castelo de Miranda do Corvo, o Farol da Nazaré, o Castelo de Ourém, a Igreja Matriz de Pedrogão Grande, o Castelo de Pombal, o Castelo do Sabugal, o Castelo de Santa Maria da Feira, o Palacete Barão da Trovisqueira ou a Ponte Tejo, de Vila Velha Ródão, também vão estar no escuro por 60 minutos.

“É uma ideia simbólica para que as pessoas adotem comportamentos mais sustentáveis e os municípios organizam corridas, aulas de ioga, paradas de velas, jantares à luz de velas, incentivam os cidadãos a aderirem a este tipo de eventos para participarem na Hora do Planeta”, relatou Ângela Morgado.

A responsável pela WWF em Portugal referiu à agência Lusa que todos os municípios aderentes “têm de apagar a luz de um ou dois monumentos emblemáticos da cidade ou da vila”, mas também fazem a divulgação da iniciativa e da sua mensagem contra as alterações climáticas, podendo ainda os cidadãos desligar a eletricidade nas suas casas.

“É uma ideia simbólica para que as pessoas adotem comportamentos mais sustentáveis e os municípios organizam corridas, aulas de ioga, paradas de velas, jantares à luz de velas, incentivam os cidadãos a aderirem a este tipo de eventos para participarem na Hora do Planeta”, relatou a responsável.

O que é e como nasceu a Hora do Planeta

Muitas personalidades mediáticas nacionais não quiseram arredar-se da iniciativa e deram já o rosto e a voz pela Hora do Planeta. Leonor Poeiras, Paula Bollinger, o casal Mónica e Rubim, João Paulo Sousa, Guilherme Fonseca e Fernando Alvim juntam forças aos já conhecidos embaixadores da causa: Joana Seixas, Sylvie Dias, Sandra Cóias, Diana Bouça-Nova, Ana Luisa Barbosa, Quimbé, Mário Franco, Mafalda Matos, Margarida Pinto Correia, Pedro Lima, Alexandre Silva, Ana Galvão, Nuno Markl e Beatriz Figueira.

Mas atenção: não se trata de aderir à causa uma vez por ano. Quem se associa à Hora do Planeta deve fazê-lo também noutras alturas do ano, tomando, para isso, medidas de poupança em matéria de gastos energéticos, promovendo a sustentabilidade.

No ano passado, foram 178 os países e territórios que quiseram aderir ao apagão, significando mais de nove mil cidades e vilas aderentes. Recorde-se que a Hora do Planeta é uma iniciativa global, de caráter ambiental e que é feita em parceria com o WWF e que já é considerada como a maior ação mundial pelo planeta e contra as alterações climáticas.

Neste evento, todos são convidados a participar: desde pessoas a título individual, a empresas, a governos e a comunidades

O evento arrancou em 2007, em Sidney. Na ocasião, a Hora do Planeta teve o propósito de ajudar “a reduzir a distância entre as comunidades, levando a ação climática das salas de conferências para as salas de estar permitindo que milhões de pessoas apoiem e participem em projetos sobre clima e conservação, liderados pela WWF ajudando a definir políticas climáticas, e sensibilizando as pessoas para a ação em defesa do clima e do planeta”, lê-se no site da WWF.

Ângela Morgado completa: “É uma hora para pensarmos que o planeta precisa de algum respeito, os recursos naturais são limitados e é responsabilidade de todos termos alguns comportamentos mais sustentáveis e opções mais responsáveis”.

A própria entidade lembra que esta iniciativa já permitiu “mobilizar o apoio público para a criação de uma área protegida marinha de 3,4 milhões de hectares, no coração de Uganda, onde as comunidades locais e as empresas ajudaram a criar a primeira floresta Earth Hour (Hora do Planeta)”, refere.

Imagem de destaque: Shutterstock