Protesto à escala global marca Dia da Mulher

People gather for the Women's March in Washington
People gather for the Women's March in Washington U.S., January 21, 2017. REUTERS/Shannon Stapleton - RTSWP8Q

O Dia Internacional da Mulher – que se celebra esta quarta-feira, 8 de março – será um dia de greve e manifestações em mais de 30 países em todo o mundo, incluindo Portugal.

A ideia de assinalar esta data histórica com uma paralisação internacional partiu da plataforma argentina Ni Una Menos, que já tinha feito uma iniciativa do género a 19 de outubro de 2016 – a ‘Quarta-feira Negra’, como ficou conhecida – para protestar contra os casos de feminicídio no país, que todos os anos matam mais de 200 mulheres.

“Paramos para interromper as nossas tarefas e usarmos o tempo para tomar a consciência de: dizermos basta à violência machista e de que a reconhecemos também nos quadros económicos e sociais que nos agoniam, nos empobrecem e restringem as nossas decisões”, lê-se no manifesto da plataforma que, no final do ano passado, lançou o repto a outras organizações para que fizessem o mesmo nos seus países a 8 de março, unindo as suas reivindicações a um protesto internacional.

É o que acontece com as diferentes organizações feministas nacionais que aderiram à iniciativa marcando concentrações para amanhã, durante a tarde, em Lisboa, Setúbal e Coimbra. Sob o slogan ‘Não me Calo’, as ações nacionais centram-se nos protestos contra as diferenças salariais entre homens e mulheres, no país, a responsabilidade acrescida do trabalho doméstico e de cuidar da família para o sexo feminino, bem como contra todas as formas de violência, abuso e machismo sobre as mulheres.

Além de Portugal e da Argentina aderiram à greve e manifestação internacional Brasil, Chile, Tailândia, Coreia do Sul, Reino Unido, Polónia, Itália, Espanha, Rússia, Turquia, México e Estados Unidos da América, entre outros países e num total de 257 cidades.

Esta paralisação internacional vem ainda reforçada pela greve das mulheres polacas, a 3 de outubro, contra a tentativa de proibição total do aborto pelo governo do país, que acabou por recuar depois disso, pela ação das islandesas que, a 24 do mesmo mês, saíram mais cedo do seu trabalho para protestar contra a desigualdade salarial entre géneros, ou, mais recentemente, pela marcha anti-Trump, que decorreu um pouco por todo o mundo.

Veja neste link os sítios onde vão decorrer as manifestações.

 

Imagem de destaque: Rafael Marchante/Reuters