É por isto que Chimamanda Adichie só aparece com roupa nigeriana

“Vestir Nigéria” (“Wear Nigerian”, no original) é o mais recente projeto da escritora Chimamanda Ngozi Adichie. Desta vez, a escritora e defensora dos direitos das mulheres, não nos brinda com um novo livro, mas sim com uma campanha que pretende apoiar a moda nigeriana e também ajudar a desenvolver a economia do país. Como? Apostando em roupa concebida pelas mais variadas marcas suas conterrâneas para comparecer nos eventos públicos.

O projeto foi anunciado através de uma publicação feita no Facebook, onde a própria Chimamanda Adichie conta que as “políticas económicas desastrosas”, tomadas por parte do governo nigeriano, têm levado a uma “redução do naira”, “do rendimento disponível” e, sobretudo, “a um sentido de incerteza debilitante”.

Deste modo, a escritora apela à máxima: “Comprar nigeriano, para fazer crescer o naira (moeda nigeriana)” e dá o exemplo.

“Nesse sentido, recentemente decidi usar maioritariamente marcas nigerianas para as minhas aparições públicas. Nas últimas semanas, comprei mais marcas nigerianas do que alguma vez tinha feito no passado. (…). No geral, adoro as roupas, o corte, a cor, o talento, a capacidade de me fazer sentir eu”, pode ler-se no mural da escritora, que pretende assim contribuir para promover a indústria da moda do seu país.

Para garantir que estes modelos chegam a todas as parte do mundo, Chimamanda faz ainda questão de fotografar os outfits e publicar nas redes sociais, promovendo assim os designers talentosos do seu país.

Desde abril deste ano que possui a conta de Instagram @chimamanda_adichie, onde tem já 71 mil e 100 seguidores. Esta serve de montra às marcas nacionais e tem como modelo a própria escritora. Também na sua página oficial de Facebook, onde apresenta mais de 866 mil gostos, é possível encontrar algumas fotografias sobre esta campanha.

Além de mostrar as peças e fazer referência ao país, sempre com a hashtag #MadeInNigeria, Chimamanda não se esquece de referir o criador do modelo, indicando sempre qual a marca a que o seu look pertence.

Chimamanda Adichie mostra assim mais uma face do seu ativismo. Com origem na Nigéria e hoje com 39 anos, é vista como uma defensora de causas. Além disso, é atualmente reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras do país, tendo-se tornando também um dos rostos feministas, sobretudo depois de em 2012, realizar a palestra intitulada “Todos nós deveríamos ser feministas”.

No início deste ano, Chimamanda lançou o livro “Dear Ijeawele, Or a Feminist Manifesto in Fifteen Suggestions” (“Querido Ijeawele, ou um Manifesto Feminista em Quinze Sugestões”, em Português), sendo que, por cá, ainda só é possível adquirir a obra em inglês. No Brasil, encontra-se disponível com o título “Para educar crianças feministas: Um manifesto”.

 


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