“É urgente descobrir as causas do cancro da mama”

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Hábitos e estilo de vida saudáveis, esta é a receita para diminuir o risco de cancro da mama – e que, de resto, é válido para quase todas as doenças, mas nesta em específico não se fala de prevenção. No Dia Mundial da Luta contra o Cancro da Mama (19 de outubro), Lynne Archibald, presidente da Associação Laço reforça ao Delas.pt que “é urgente descobrir as causas do cancro da mama para conseguirmos voltar a falar de prevenção, assim como de diagnósticos e tratamentos mais precisos”.

Uma em cada 11 mulheres em Portugal irá ter cancro da mama ao longo da vida, salienta a Laço na sua página da Internet. Para esta associação, “neste momento o foco mais importante é sem dúvida a investigação”, esclarece Lynne Archibald.

“Essencialmente apostamos na área da investigação para conseguirmos falar de prevenção, diagnóstico e tratamentos mais precisos”, acrescenta. “Não podendo falar de prevenção, procuramos incentivar a um estilo de vida saudável, porque sabemos que esse comportamento vai minimizar os riscos. Por outro lado, sabemos que um diagnóstico preciso leva a um tratamento mais adequado, e esse é, por exemplo, o objetivo do primeiro estudo que estamos a desenvolver no âmbito do fundo iMM-Laço: A Caminho da Cura.”

A criação deste fundo resulta de uma parceria entre a Associação Laço e o Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa). “Este fundo vai permitir novas descobertas na procura das causas do cancro da mama e diminuir a sua incidência, assim como os mecanismos que desencadeiam o cancro da mama metastático, uma área muito pouco estudada.”

Uma doença mortífera
Esta é já uma doença que mata 1500 mulheres todos os anos no nosso País, numa altura em que são diagnosticados anualmente 6000 novos casos (uma tendência que está a aumentar), de acordo com dados da Direção-geral de Saúde.

Quando questionada sobre o número de mortes, a presidente da Associação Laço avança que “o que está a falhar é não ter sido ainda descoberta a causa do cancro da mama.” Lynne Archibald prossegue com a explicação: “O rastreio veio permitir que sejam detetadas lesões mais pequenas mas não conseguimos identificar quais as que de futuro se vão desenvolver em cancro metastizado. Hoje não sabemos quantas dessas lesões não seria necessário tratar porque nunca se iriam desenvolver.”

Para esta especialista, o rastreio é importante porque “permite o uso de tratamentos menos invasivos mas não tem demonstrado eficácia na diminuição da taxa de mortalidade. E é esse o caminho que queremos fazer, descobrir as causas para obter resultados na diminuição da taxa de mortalidade”.


Oiça na TSF a Conversa Delas sobre Cancro da Mama com Fátima Cardoso