Calçado artesanal com design contemporâneo e exclusivo é a proposta da Eleh, uma marca de sapatos gerida pelos irmãos Miguel e Helena Amante.
Eleh é o diminutivo de Helena, que é designer e que procura concretizar a sua inclinação pelo casual chic, em modelos improváveis e únicos, e camaleónicos o suficiente para sobreviverem à passagem do tempo e das tendências.
A marca é recente, mas a tradição é longínqua, remontando a 1840 e passando de geração em geração na mesma família. Com mais de 175 anos e origem em Viana do Alentejo, esta empresa familiar está em Lisboa desde a década de 50, primeiro como oficina e agora como atelier, loja e showroom de marca própria.
“Queríamos manter a traça antiga, e queríamos manter a alma do espaço, que não desaparecesse esta aura antiga e de oficina. Foi um projeto pensado com alguns anos e abertura oficial aconteceu já em 2016”, conta.
O segredo do negócio continua a assentar na manufatura artesanal, que permite modelar e adaptar cada modelo à especificidades do cliente a que se destina. Os sapatos são todos feitos em Portugal. No atelier são feitos protótipos e pequenas coisas, pequenas alterações como aplicações, diz-nos Helena Amante. Mas desde os anos 70 que a produção é maioritariamente feita com artesãos do norte do país.
Dedicando-se apenas ao calçado feminino, a Eleh agrada tanto aos portugueses como aos estrangeiros, que visitam a loja, quando passam pela capital. Entre estes destacam-se os americanos, os europeus dos países nórdicos e, mais recentemente, os brasileiros.
O que o público procura é o conforto e as possibilidades que um calçado feito à medida das diferenças de cada permite, no fundo toda a artesanalidade do processo.
“A ideia era aproveitar todo o saber fazer centenário para fazer um projeto com um design muito contemporâneo mas que tivesse a preocupação extrema com o conforto e a qualidade, com o ser feito artesanalmente e que é composto por duas linhas. Uma de design de autor, que é um prêt-à-porter e outra de sapatos feitos por encomenda”, explica ao Delas.
Para fazerem os seus pedidos, os clientes podem inspirar-se em modelos já existentes, que depois são trabalhados ao gosto de cada um ou podem fazer um pedido específico, desenhando em conjunto com a marca o sapato que desejam. Desde a forma à cor, passando pelos pormenores, como aplicações, o tipo de salto, a altura, o serviço é personalizado que vai sendo constantemente adaptado às necessidades ergonómicas de cada um, de forma a privilegiar o conforto.
De qualquer forma tanto numa opção como noutra, o cliente pode sempre fazer adaptações garante Helena Amante. “fazemos desde o 33 ao 43”, exemplifica a designer.
Os materiais usados e os cuidados na forma de cada sapato ou bota são outros fatores que, segundo Helena Amante, contribuem para o sucesso da Eleh. A marca aposta em “peles de muito alta qualidade, plataformas leves e mantas alentejanas”, entre outros materiais.
É por isso que, apesar do site e das vendas online – sobretudo para o Japão – é no atelier da capital que tem lugar esse tratamento personalizado e onde também podem ser encontradas outras coleções de sapatos. Coleções como a Skyline – cidades ilustradas que tem a assinatura do designer João Catarino.
Cada linha tem 100 exemplares, para que se mantenha a identidade e o caráter exclusivo da marca.
Na série seguinte também é frequente haver uma mudança, seja na cor ou num pormenor.
Na fotogaleria pode ver alguns exemplares disponíveis na Eleh neste momento e alguns pormenores da oficina.
