Uma em cada 14 famílias não tem dinheiro para comer o suficiente

Uma em cada 14 famílias não tem dinheiro para comer o suficiente
Uma em cada 14 famílias não tem dinheiro para comer o suficiente (Foto: Shutterstock)

Em Portugal, uma em cada 14 famílias “não pode consumir alimentos suficientes por falta de dinheiro”. Esta é uma das conclusões apresentadas esta manhã pelo diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, durante a apresentação do relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”. Para Pedro Graça, estas famílias estão já, de alguma forma localizadas, e têm como caraterísticas principais ter “menos escolaridade”, “residir em Lisboa, Vale do Tejo e Algarve” e em “agregados maiores”.

Este mesmo estudo aponta para uma realidade que indica que “famílias com menos dinheiro estão a consumir mais gorduras e açúcar, o que traz mais satisfação e é mais barato”, alertou o coordenador, que avançou já estarem a ser tomadas as primeiras medidas iniciais em “articulação com a segurança social”, no sentido de encontrar produtos que sejam mais indicados para a saúde.

“Estamos a iniciar trabalhos com a Segurança Social e creio que, dentro de dois meses, deveremos ter algo mais formalizado. Estamos a dar apoio técnico para que a oferta alimentar tenha a maior qualidade possível, ou seja, ao apoiar uma família carenciada e dar um cabaz de comida, em vez de este ter salsicha, que possa ter, por exemplo, sardinha em lata”, explicou o diretor do Programa ao Delas.pt. Uma iniciativa que, acrescentou, deverá beneficiar “as cantinas sociais e famílias auxiliadas por IPSS”.

Destaque ainda para o facto de “52,8% da população portuguesa estar com excesso de peso”, vinca Pedro Graça. Ou seja, um em cada dois portugueses. Este relatório aponta ainda para um excesso de consumo de sal entre os mais jovens: 84% dos rapazes com 13 a 17 anos e 74% dos que têm 8 e 9 anos já ingerem sal acima do valor recomendado. Nas raparigas o rácio está em 72% e 70% respetivamente. Pedro Graça fala, por isso, uma “epidemia junto de uma população que está em grande risco e que tal tem lugar ainda em casa dos pais”. É por isso prioritário olhar para a educação como forma de alterar hábitos e de levar novos conhecimentos da escola para casa, defendem os responsáveis.