O exercício ajuda mesmo a manter as maminhas no sítio? O PT responde

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Rui Miguel Pereira (www.vivafit-alcoitao.com) treina diariamente muitas mulheres entre os 22 e os 65 anos. Perguntámos-lhe se valerá a pena “sofrer para bela ser” no que toca à firmeza do peito e se o soutien é um acessório imprescindível na prática desportiva.

“A prática de exercício não afeta os seios diretamente”, começa por explicar o personal trainer, pois “não têm qualquer tipo de músculo na sua composição, são compostos por tecido adiposo (ou gordura), glândulas mamárias e tecidos conectivos”.

No entanto, “uma mulher que pratique exercícios que melhorem a sua postura, contrariando as posições habitualmente nefastas em que se encontram durante um dia de trabalho (peito ‘fechado’, ombros anteriorizados) aparentará ter seios menos descaídos”, diz Rui Miguel Pereira. Além disso, “exercícios que fortaleçam o grande peitoral, o músculo que se encontra na zona posterior aos seios, poderão ajudar também na sua sustentação”.

Da lista dos exercícios a fazer regularmente constam “remada com barra e voos com haltere ou banda elástica” e, para manter tonificado o músculo que dá suporte aos seios, “flexões de braços e aberturas com haltere”. São adequados a mulheres de todas as idades mas é necessário ter sempre em conta a condição física e eventuais limitações, entre outros fatores, portanto o melhor é não tentar fazê-los em casa sem ter experimentado antes perante o olhar atento de um profissional.

Soutien sim, milagres não
O PT acredita que o uso de soutien durante a prática desportiva é benéfico: “Tal como toda a pele do corpo, os tecidos que envolvem os seios também perdem as suas propriedades ‘elásticas’ com a idade, por isso penso que a não utilização poderá agravar ou acelerar este processo”.


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Nos treinos é aconselhável que se use sempre uma vez que “a longo prazo, os movimentos bruscos e repetitivos na prática de alguns exercícios poderão danificar os tecidos e fazer o peito ficar descaído mais cedo”. Recomendam-se especialmente os modelos desportivos devido à “sustentação que este tipo de equipamento oferece. Dão uma maior liberdade de movimentos pela forma como se ajustam, têm copas reforçadas e aros flexíveis, tornando-os ainda mais confortáveis”.

De resto, é treinar tanto quanto quiser sem ter medo de ficar com um aspeto excessivamente “trabalhado” ou que o peito caia ainda mais depressa se um dia deixar de fazer exercício físico. “De uma forma natural, as mulheres nunca ficarão com um ar de “culturista”, por muito exercício que façam, pois o seu sistema endócrino e respetivo conjunto de hormonas produzidas não favorece grandes aumentos de massa muscular” garante o PT. “Se deixar de praticar e perder massa muscular pode haver essa sensação de “queda”, pois a estrutura de suporte fica enfraquecida, mas o efeito nunca será diretamente nos seios”, acrescenta.

Milagrosos aumentos de tamanho, como os que muitos ginásios e profissionais prometem na Internet, nomeadamente em sites brasileiros, é que não existem. “Além dos momentos de gravidez, amamentação e através das cirurgias, os seios de uma mulher adulta só aumentam quando a massa gorda geral também aumenta” diz Rui Miguel Pereira. “Cada caso é um caso mas não conseguimos escolher em que zonas do corpo perdemos ou ganhamos tecido adiposo, por isso muitas mulheres queixam-se da perda de volume dos seios quando emagrecem, que corresponde a uma perda de gordura geral”.

 

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