Filho, acabou o jardim-de-infância… e agora?

Juntam-se em reuniões, mais ou menos formais, para festejar o fim desta etapa. Soltam, entre os preparativos de um almoço partilhado, na prenda que se quer oferecer à educadora e auxiliar e na festa final, a pergunta inevitável: E agora? Foram, pelo menos, três anos e em muitos casos quase seis, de um percurso mais ou menos protegido, onde se conheciam as rotinas e os cheiros.

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Salas coloridas que permitem uma liberdade de escolha e de ação que se foi controlando com o tempo e as rotinas adquiridas. Ali se aprendeu a andar, a largar fraldas, a comer sozinho, os muitos desenhos, as cantorias, a participar e a gerir alguns nervos, nos primeiros “espetáculos”, em forma de saraus.

As primeiras amizades, algumas ficam para a vida. Uma espécie de redoma que parece proteger do mundo real. Como se a entrada na escola fosse o oposto, um mundo mais desprotegido e frio, cheio de perigos e enormes responsabilidades.

A escola traz grandes desafios e responsabilidades. O estar sentado mais tempo, o trocar brinquedos por cadernos e livros. O estar atento. O fazer tarefas e ter um tempo para as fazer.

O cuidar do material e, de preferência, não o perder. O lidar e gerir a frustração de não se ser capaz, para logo a seguir conseguir melhor. A perda de amigos que foram para outros grupos e começar amizades do nada. O perceber que entre a segunda e a sexta é mesmo para ir todos os dias e que em todos os dias há atividades para executar. E que às vezes até há trabalhos para fazer ainda em casa, mesmo com o cansaço e o sono e o pouco tempo para brincar.

A escola traz desafios às crianças e aos pais. Mas limpando o espelho retrovisor e olhando lá muito para trás, não foram estes mesmos miúdos que um certo dia se levantaram do chão e começaram, espante-se, a andar? Ou a comerem sozinhos? E largaram as fraldas?

A saída do jardim-de-infância para uma sala de primeiro ciclo tem os seus desafios

Na altura parecia uma meta do tamanho de uma escalada dos Himalaias e afinal, com a tal receita de cada um, na dose certa de paciência, firmeza, persistência, muito amor e carinho, conseguiu-se transpor.

A saída do jardim-de-infância para uma sala de primeiro ciclo tem os seus desafios e variam consoante as crianças, o professor e os pais. Adaptando às dinâmicas familiares e que são tão pessoais, de acordo com os valores e as vivências de cada uma, há pontos para refletir (pode ver quais são na galeria de imagens acima).

A transição para o início da escolaridade é um momento do que muito lá para trás correu bem, quer por parte dos pais, quer dos filhos. É sinal de crescimento e desenvolvimento. Abraçar com igual segurança esta nova aventura, na certeza de que vão existir muitas dúvidas mas de que certamente, só em conjunto, faz sentido encontrar as respostas para esse filho em particular.