Forte é o novo sexy?

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O CrossFit está a mudar os corpos e a forma como as mulheres se veem a si próprias – e como os homens as veem. O arquétipo esquelética e frágil parece estar a ficar desatualizado. Queremos ter músculos nos braços, as pernas torneadas, o rabo empinado. Abdominais definidos. Queremos ser fortes, muito fortes – por dentro e por fora. Prepare-se para as mudanças de corpos que vai ver nas praias este verão.

Escrevo este texto enquanto estou em viagem pela Ásia. (“O que é que isso interessa?”, está a leitora a pensar. Peço-lhe só mais umas linhas de atenção…) Nesta viagem passei uns dias por Macau a fazer um workshop de yoga onde me cruzei com vários portugueses expatriados, uns há alguns, outros há muitos, anos. Uma aluna diz-me no segundo dia: ‘Nem parece portuguesa...’ – e eu preparo-me para a habitual alusão aos meus olhos azuis e cabelo louro… – ‘assim toda musculada!’ termina a frase. Sorrio em jeito de agradecimento e penso: ‘Vê-se que não vai há muitos anos a Portugal.’

Os corpos, especialmente os das mulheres, estão a mudar. Os estereótipos também. E aquilo que queremos conseguir com o exercício – perdão, com o treino, é assim que devemos falar se queremos estar atualizadas: ‘o treino’, ‘vou treinar’, ‘no final do treino’, ‘bebida pré-treino’, ‘snack pós-treino’ – também já não são os braços magrinhos, as pernas escanzeladas, o ar anorético.

Quem não pratique CrossFit e ande pelas Box – outro termo a decorar: os locais onde se pratica este desporto não são ginásios nem clubes, são as Box – talvez não se aperceba desta nova tendência. Num ginásio normal, nas aulas de Step ou de Pilates, a tendência está mais diluída, veem-se alguns corpos mais musculados mas para as almas mais distraídas pode ainda não significar uma tendência. Mas ela existe e é nos espaços onde ser treina CrossFit, e mesmo em ginásios que têm os seus próprios espaços para este tipo de treino, que claramente se vê que os corpos estão diferentes.

O que é o CrossFit?

Leonor Madeira licenciada em Sports Phsycology pela Faculdade de Motricidade Humana e Coach de CrossFit na IronBox – CrossFit Alfragide mais uma designação a fixar: não é professor nem treinador, os professores de CrossFit são Coachs. Com um passado de bailarina contemporânea, após vários anos como preparadora física e a lecionar aulas de grupo e individuais em cadeias de ginásios, dedicou-se a esta modalidade.

“A primeira coisa que me atraiu foi o facto de se tratar de um programa de treino. Na minha opinião, a maioria dos programas de fitness que existem no mercado são mais entretenimento do que propriamente treino. E é ao treino que devemos resultados na melhoria da saúde e da qualidade de vida. Depois foi a metodologia: movimentos funcionais, sempre variados e treinos imprevisíveis… Estes três fatores parecem ter uma relação significativa positiva com a manutenção da prática de atividade física ao longo da vida. O que não é funcional, não funciona… Mais do mesmo é uma chatice e quem está preparado seja para o que for quando for e como for, arranja sempre soluções, descarta as desculpas para não fazer e nos obstáculos reconhece oportunidades.”

E a Coach Leonor continua: “O CrossFit não é um franchising com regras pré-definidas e planos de treino ou metodologias obrigatórias. É uma ‘filosofia’ com princípios e valores partilhados por toda a comunidade internacional. Isto traz um aspeto fantástico: dá liberdade aos treinadores de gerirem a sua Box como bem entenderem e prescreverem como quiserem. Mas esta liberdade traz também consigo uma responsabilidade enorme: a de garantir que a formação dos profissionais vai muito para além daquela que a CrossFit nos dá. Ninguém se torna treinador de CrossFit fazendo apenas os cursos da CrossFit. O CrossFit é ‘apenas’ uma especialização. E isto é um aspeto constantemente divulgado pelo staff internacional da CrossFit, responsável pela formação dos treinadores de CrossFit.”

Em competição a estética não é importante

Aureleny Nunes tem 27 anos e fez a sua primeira aula de CrossFit no CrossFit Lx em 2014. “A mistura de várias modalidades como o weightlifting, o atletismo e a ginástica foi o que me puxou para experimentar. Como atleta de atletismo o meu corpo já era definido mas com tanta repetição nos WODs e com os trabalhos de força acabei por aumentar a massa muscular. Normalmente, sinto-me sempre na mesma mas quase todos me dizem que estou ‘maior’.” Vencedora nos últimos anos de algumas das mais importantes competições nacionais, Lenny, como lhe chamam, assume que “com o CrossFit o corpo da mulher fica tonificado, definido e bonito. Se formos atletas é normal atingir uma definição maior.”

Quando era mais nova não gostava muito de ser definida, achava-se máscula. Com o passar dos anos, Lenny percebeu que o corpo de um atleta é diferente do corpo de um pessoa normal: “Sempre treinei a pensar na minha performance e o corpo definido é uma consequência disso. Antigamente não gostava de me ver porque tinha bíceps bem definidos e um corpo bem tonificado e via as minhas amigas com corpo ‘normal’, então comecei a preocupar-me um pouco mais com o lado estético. Mas rapidamente percebi que cada um tem o seu corpo e não podemos comparar-nos constantemente. A parte estética é o que menos importa e eu quero melhorar a minha performance e bem-estar acima de tudo. Agora identifico-me com essa beleza, foi o corpo que Deus me deu e trabalhei arduamente para tê-lo assim, por isso gosto de cada parte e de cada imperfeição.”

Como também é Coach, Lenny é uma referência, e por isso é natural que outras mulheres – profissionais ou não – a procurem para conselhos: “Dizem-me: ‘Lenny, não quero ficar musculada!’ E eu respondo: ‘Queres ficar tonificada!’ E respondem rapidamente que sim. As mulheres não podem ter medo de ficarem tonificadas e bem definidas, há uma grande distância entre ficar tipo ‘Hulk’ e ser simplesmente tonificada e com belas linhas corporais.”

Mudanças físicas e psicológicas

A questão central do CrossFit é que estimula a competitividade, da praticante consigo própria e dela com os outros. A ideia é evoluir, sempre. Há muitos exercícios e técnicas a dominar e nunca se faz um treino igual. Por isso, o que Lenny – atleta – descreve em cima em relação à evolução do corpo ser uma consequência do objetivo de performance a atingir, aplica-se de alguma forma a quem – não sendo atleta – treina pelo condicionamento ou porque encontrou nas aulas de CrossFit a energia e a dinâmica que a fazem manter-se assídua.

Leonor Madeira assume: “Eu treino há uma vida inteira… E passei por modalidades muito diferentes umas das outras. É difícil dizer que estou muito diferente do que era. Isso é mais fácil de descrever nos meus atletas e nas minhas atletas cujas mudanças são drásticas. Físicas, psicológicas e até sociais. O CrossFit invade-nos de uma forma geral. Não ficamos apenas fisicamente melhores. Há grandes reforços a nível emocional, psicológico, social e até afetivo.” Mas ainda assim refere os efeitos que sentiu ao fim de um mês a praticar a modalidade: “Mais força, mais resistência, mais velocidade, mais mobilidade, mais flexibilidade, mais precisão, mais agilidade, mais equilíbrio… Mais energia em geral.”

Neuza Serafim, 30 anos, advogada, resume o que a atraiu na modalidade, que experimentou pela primeira vez em dezembro de 2014 na The Bakery CrossFit: “A diversidade de movimentos, o facto de não sabermos o que nos espera em cada aula e a evolução que podemos ter e ver a cada aula. Efeitos no meu corpo? Maior resistência e mais força” logo ao fim de algum tempo e ao fim destes anos “atingi o meu pico de saúde. Adotei um estilo de vida totalmente saudável, nunca tive uma performance desportiva tão elevada.” Neuza acabou de ter a sua primeira bebé, a Maria.

Quando esteve grávida, observou as mudanças no seu corpo: “Até poder ainda pratiquei CrossFit. Fiz as aulas com os restantes atletas da Box – agora a Off Limits CrossFit – com as adaptações que o treinador me recomendou. Tive uma gravidez sem problemas de maior e senti-me ótima. No início, foi desafiante não poder fazer as aulas como prescritas e não poder levar-me ao limite. No entanto, continuei a ter os meus objetivos em cada aula e a atingi-los, o que me manteve motivada. O mais importante foi continuar a fazer exercício físico o que beneficiou a minha gravidez, ajudou no parto e vai ser benéfico agora na recuperação pós parto.”

Joana Tomás, 31 anos, e que teve a primeira aula em janeiro de 2014, é assertiva quando fala do seu novo corpo mais musculado: “Eu sou daquelas que gosta das dores musculares, gosto de sentir que trabalhei, que o meu corpo ‘mexeu’ no final do treino. Como comecei a fazer movimentos novos para mim, passei a sentir músculos que não ‘conhecia’ e automaticamente muito mais ‘equilíbrio’ muscular e funcional! Desde que faço CrossFit penso ter ganho uns 6 kgs, as minhas pernas sempre foram ‘grandes’ mas as minhas costas e braços ‘cresceram’.”, diz a vencedora dos últimos Madeira Cross Games e dos Promofit.

Quando lhe perguntamos se considera que o corpo das mulheres em geral fica mais sexy com este desporto, a resposta é clara: “Acho! Adoro um corpo musculado, representa para mim força e muita classe ao mesmo tempo.” E como vê o seu próprio corpo? “Gosto muito, de outra forma era impossível continuar a treinar. (…) Acho muito mais sexy uma mulher com glúteos firmes, coxas largas e um bom bíceps, uma mulher que fica bem ‘nua’, do que uma que só consiga parecer elegante vestida!” E também assume que a estética não ultrapassa o quanto gosta de ser funcional: “Para mim o corpo musculado não passa de uma consequência dos meus treinos, não treino para mudar absolutamente nada no meu corpo! Por acaso é uma muito feliz coincidência eu gostar”, resume Joana, que também é Coach da modalidade na N14, personal trainer e professora de Pilates.

Agressivo e demasiado intenso?

Uma das maiores críticas a este desporto, é que tem uma intensidade violenta, que não é para todas as idades e que é muito propenso a criar lesões. Qualquer treinador qualificado dispensa estas críticas, pois sabe que é a sua responsabilidade adequar o treino a qualquer condição física e faixa etária.

Pedro Pereira, licenciado em Educação Física e Desporto (2010), Mestre em Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (2012) e Pós Graduado em Fisiologia do Exercício Físico (2013), é formador de CrossFit em Portugal, CrossFit HQ Seminar Staff (é esta a designação correta), ou seja, trabalha diretamente para a CrossFit internacional enquanto formador de futuros treinadores da modalidade. É peremptório em afirmar que dos 16 aos 60, todos podem beneficiar com esta modalidade: “Independentemente do seu nível de fitness, a sua idade ou as suas limitações, qualquer um pode praticar a modalidade. Uma das maravilhas que o CrossFit trouxe para o mundo do fitness foi a infinita capacidade de adaptação dos treinos. Isto quer simplesmente dizer que podemos ter numa mesma aula uma avó e um atleta de elite e ambos realizam o mesmo treino e sentem o estímulo do mesmo. A pequena, mas gigantesca diferença neste panorama é a adaptação que foi feita para cada uma destas pessoas: se calhar o atleta de elite realiza o treino tal como foi prescrito originalmente e a avó realiza o mesmo padrão de movimentos implicados no treino (ou o mais aproximado possível) com cargas e volume altamente adaptados para a sua capacidade. Aquilo que nós defendemos, conceito originalmente criado pela CrossFit HQ, é que as necessidades de um atleta olímpico e dos nossos avós diferem na quantidade mas não no tipo. Ou seja, ambos precisam de desenvolver força, resistência cardiovascular, equilíbrio (bem como todas as capacidades físicas). No entanto, o atleta olímpico procura a dominância no seu desporto, enquanto que as avós procuram ganhar mais uns anos de qualidade de vida independente. É preciso saber avaliar e respeitar o nível do praticante, os seus objetivos e as suas tolerâncias físicas e psicológicas. O nosso conselho: sejam devidamente acompanhados por um profissional competente, que vos mantenha em segurança, que vos ajude a atingir os vossos objetivos e que vos faça passar a melhor hora do dia a treinar!”, termina Pedro Pereira.

Ainda assim, devido aos materiais que utiliza, às cargas de peso e até à intensidade dos treinos (que muitas vezes são apenas de 10-12 minutos), muitos acham a modalidade agressiva. Joana Tomás afirma a propósito: “Nunca vai ter música clássica num WOD! Além das canelas esmurradas, os calos nas mãos e as negras nas pernas [derivantes de alguns dos movimentos e sua intensidade]! Tudo isto faz parte e tem de se estar disposta a sofrer essas consequências… Ou não! Conheço muitas mulheres que fora da Box são umas ‘senhoras’ e quando entram no treino transformam-se, nem sabiam que se identificavam com este registo e acaba por ser uma fuga. O ‘agressivo’ é relativo! Por outro lado, cada um pode fazer o ‘seu’ CrossFit e impõe a sua ‘intensidade’ adaptando o treino ao que procura para si mesmo.”

Sexy é ser ativo

Pernas largas e musculadas, glúteos bem definidos e elevados, dorsais salientes, braços com definição evidente, trapézios que saem das camisolas. São assim maior parte das mulheres do CrossFit? Leonor Madeira responde: “Não é verdade. Assim são as atletas de alto rendimento que vão aos CrossFit Games. Cuja vida profissional é treinar 8 horas por dia há vários anos. A ideia de que qualquer rapariga ou mulher fica assim quando entra numa Box resulta da ignorância generalizada sobre as consequências físicas, metabólicas e fisiológicas que o treino traz. E é a melhor desculpa para não sair do sofá: ‘Eu cá não quero ficar assim!’ – entenda-se ficar ‘enorme’…” responde. E remata: “Corpos flácidos, moles, lentos, com falta de mobilidade são corpos feios e de pessoas chatas… Costumo dizer que no CrossFit não há mulheres nem homens feios. Uma pessoa que treina é enérgica, bem-disposta, tem um brilho especial nos olhos. Pessoas ativas são pessoas bonitas. Sempre e em qualquer lado.”

Pedro Pereira confirma, quando lhe perguntamos se acha que os corpos das mulheres em Portugal estão diferentes graças ao CrossFit: “São sem dúvida mais sensuais. Diferentes daquilo que é o tradicional corpo cheio de curvas e/ou da típica mulher frágil e magricela, mas são mais sensuais. Isto porque o conceito de sensualidade tem vindo a mudar. Cada vez mais a sensualidade ultrapassa o visual e transfere-se para a real capacidade que a mulher tem em ser fisicamente independente, orgulhosa do seu corpo e daquilo que consegue fazer com ele.” Forte é definitivamente o novo sexy.

O que é afinal isto do CrossFit?

Pedro Pereira, CrossFit HQ Seminar Staff em Portugal e co-proprietário da Off Limits Crossfit, responde:

1/ O que é o Crossfit?

“O CrossFit é uma modalidade desportiva assente em três pilares fundamentais: Movimentos Funcionais; Constante Variância; e Alta Intensidade. Os Movimentos Funcionais são o tipo de movimentos que realizamos porque ‘imitam’ os movimentos do nosso dia-a-dia e permitem produzir maior capacidade de trabalho por unidade de tempo! Essa produção de trabalho no tempo que dizer que os movimentos produzem mais potência que é exatamente definido por Intensidade! É a intensidade, ou seja, quando estamos fora da nossa ‘zona de conforto’, que nos permite atingir os nossos objetivos de treino. Finalmente, a Variância de Treino permite-nos variar o estímulo de treino o mais possível. Não quer dizer que os nossos treinos são aleatórios, porque não o são, permite que os treinos sejam sempre diferentes (deixa de existir uma rotina ou uma monotonia nos treinos) e o praticante consegue atingir adaptações (resultados) em vários campos do fitness.”

2/ Três palavras para descrever este modalidade?

“Intensidade; Resultados; Comunidade.”

3/ É uma aula que pode ser executada por toda a gente?

“Sim! É uma aula que apesar de intensa, respeita sempre a capacidade de cada pessoa. As aulas são limitadas a 12-14 pessoas para que o treinador possa dar a devida atenção a cada indivíduo e para que possa adaptar as cargas e o volume de trabalho de acordo com a tolerância físicas e psicológica de cada um. É sempre fundamental que o aluno se sinta acompanhado e seguro durante as aulas. Muitas vezes dizem que este tipo de treino ‘não é para mim’ ou que ‘é perigoso’, mas a realidade é que o CrossFit é igualmente perigoso a outra qualquer modalidade se for gerida por maus profissionais. Trabalhamos com pessoas de todas as faixas etárias e diversos tipos de condição física e conseguimos ter todos misturados numa mesma aula a trabalhar individualmente ao seu ritmo e com as cargas adequadas. Nada como um bom Coach!”

4/ É uma aula muito puxada?

“Sim e não! A ideia da Intensidade é uma realidade no mundo do CrossFit porque, tal como disse, é na intensidade que assentam os resultados! No entanto, essa Intensidade é relativa a cada pessoa e mais importante que tudo é que a intensidade deve ser introduzida gradualmente no treino. Existem pontos que os nossos treinadores têm sempre presente: em primeiro lugar temos que garantir que o aluno consegue executar a Mecânica do movimento corretamente; em segundo lugar queremos que o aluno seja Consistente a executar a mecânica correta, bem como seja consistente em aparecer para treinar durante a semana; apenas quando estes pontos são garantidos é que surge a Intensidade de Treino. Claro que para alguns a intensidade de treino surge mais rapidamente do que para outros, mas é aí que nós (treinadores) garantimos que todos se mexem corretamente e estão num ambiente seguro.”

5/ Descreva uma aula para quem nunca ouviu falar da modalidade.

“É sempre diferente, não existe uma receita para todas as aulas. No entanto aquilo que é sempre comum num treino é a apresentação do ‘menu do dia’ – onde basicamente apresentamos o treino do dia (WOD – nosso Workout Of the Day -) e explicamos os objetivos da sessão; Aquecimento Geral – onde vamos por a frequência cardíaca ligeiramente mais elevada, aumentamos a temperatura corporal e começamos a preparar o corpo para o padrão de movimentos que a sessão de treino irá envolver; Aquecimento Específico – onde trabalhamos a técnica de movimento específica da sessão de treino; isto pode significar introduzir novos movimentos ou simplesmente refinar determinados movimentos; WOD que é o “crème de la crème” da sessão de treino; este ponto é sempre diferente todos os dias; pode envolver um WOD longo ou um WOD focado no desenvolvimento de força; finalmente o Cool Down, ou retorno à calma – que pode envolver alongamentos, um trabalho de muito baixa intensidade para retornar a frequência cardíaca ao normal e arrefecer a temperatura corporal.”

6/ O espírito de equipa e o convívio são uma realidade numa Box?

“Sim é uma realidade e, mais importante do que isso, é aquilo que define uma Box de CrossFit e que na maioria das vezes fideliza os alunos! Isto porque é no ‘sofrimento’ durante os treinos que se criam relações de entreajuda, cooperação, motivação e até mesmo amizades que se veem a refletir fora da Box. Em termos de resultados de treino, nada supera a Intensidade com que nós ‘atacamos’ cada WOD e é a Comunidade que muitas vezes nos motiva e nos dá aquela ‘forcinha’ extra para nos superarmos, para ultrapassarmos medos e barreiras… É na Comunidade que está o grande segredo e a principal diferença do CrossFit para as outras modalidades de treino!”

7/ Como se processam as competições?

“Normalmente as pessoas inscrevem-se em categorias (consoante a competição) que podem ser Individuais ou Equipas; dentro das categorias individuais, ficam organizadas por género e categorias de idade (Elite e +35 anos); na categoria de equipas, normalmente envolvem ambos os géneros igualmente divididos (3 homens e 3 três mulheres por exemplo). Depois da inscrição existe uma fase de qualificação onde a organização liberta uma quantidade de desafios e os atletas que têm que filmar e submeter o vídeo à aprovação da organização. A partir daí sai uma tabela de classificação que indica os atletas apurados para a fase final. Na fase final, normalmente dois dias de competição [num pavilhão ou ao ar livre], existem diversos desafios pelos quais os atletas vão passando, existindo uma classificação geral que irá apurar os vencedores por escalão. Aquilo que torna este desporto empolgante é o facto de não se saber quais são os desafios e ‘qualquer coisa’ poder surgir e os atletas têm que se adaptar às circunstâncias e ultrapassar o que foi proposto! E qualquer um pode ganhar…

8/ Quais as competições mais importantes em Portugal?

“Promofit Games (abril e novembro); Community Summer Games (julho); Manz Cross Games (novembro); Ultimate Power Fitness Games (outubro); Madeira Cross Games (abril).”

 

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