Governo beneficia empresas criadas por mulheres

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“É importante reforçar níveis de empreendedorismo em setores de alta e media alta tecnologia, as mulheres têm de tentar entrar o mais possível nas tecnologias porque este é o mundo do futuro e as mulheres, que estão no presente, querem estar também no futuro”, afirmou Catarina Marcelino, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, na conferência Empowerment Day, promovido pela associação Women WinWin.

Numa apresentação em que a secretária de Estado sublinhou que “ser empreendedor não é tarefa fácil, nem é para todos”, a detentora da pasta relembrou também que “o empoderamento e a autonomia das mulheres e a melhoria da condição social e política são fortes indicadores do desenvolvimento da sociedade”, Catarina Marcelino lembrou que o país ainda regista diferenças “significativas” na igualdade de género e apresentou algumas das primeiras políticas que estão a ser preparadas para o setor.

O concurso de apoio à capacitação e constituição de empresas, em vigor até 31 de março, visa “atribuir 10% de majoração nos projetos apresentados por mulheres e jovens”, afirma Catarina Marcelino, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade

“O atual quadro comunitário 2014 – 2020, Portugal 2020, o programa operacional inclusão social e emprego integra apoio à capacitação e constituição de empresas criadas por mulheres cujo objetivo final é a capacitação e empowerment por mulheres”, olhando em particular para “o auto-emprego e a criação de novos postos de trabalho”. Nesse sentido, está a decorrer um concurso, que termina a 31 de março, que prevê “o apoio financeiro de projetos de empreendedorismo qualificado e criativo cujo objetivo é levar a novas ideias e criação de novas empresas”, afirmou a secretária de Estado. O plano, refere ainda a mesma detentora da pasta da Igualdade, passa por “atribuir 10% de majoração nos projetos apresentados por mulheres e jovens”.


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Em matéria de legislação, Catarina Marcelino reitera a intenção de trabalhar em diplomas que “fomentem um maior número de mulheres nos conselhos de administração das empresas, nomeadamente no setor empresarial do Estado e nas cotadas em bolsa”. Uma medida, de resto, já constante das Grandes Opções do Plano, apresentado em janeiro e que aponta para um racio de 33% até 2019.

A secretária de Estado considera que “em Portugal, persiste ainda diferença significativa entre mulheres e homens no nível de acesso nas estruturas de poder económico, nos organismos responsáveis e órgãos de decisão nos setores públicos e privados”.

“Ser empreendedor não é tarefa fácil, nem é para todos”, diz Cláudia Marcelino

Colocando enfoque nas mulheres como consumidoras, a detentora da pasta lembrou que “80% das decisões de compra são feitas por mulheres e em áreas tão diversas como compras ou cuidados de saúde e nos negócios”. Catarina Marcelino recordou ainda outros estudos que indicam que, “de acordo com a ‘Economist’, nas economias desenvolvidas as mulheres produzem menos de 40% do PIB. Mas se o trabalho doméstico fosse valorizado pelas taxas médias salariais, o resultado final revelaria que as mulheres produziriam um pouco acima 50% do PIB”, declarou.