Igreja apresenta um órgão consultivo só delas

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O Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé) apresentou hoje a ‘Consulta Feminina’, um organismo permanente que quer dar mais voz às mulheres, composto por 37 representantes de vários países e algumas delas sem confissão religiosa.

O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), explicou à Rádio Vaticano que este novo organismo irá oferecer “um olhar feminino” sobre a atividade deste dicastério (um dos ministérios do governo do Vaticano).

“Consegue-se introduzir, por exemplo, uma leitura muito mais global, colorida, da realidade dos temas que abordamos, afastando-nos um pouco daquela análise teológico-filosófica, própria da linguagem eclesial”, acrescentou.

A sessão de lançamento da ‘Consulta feminina’ contou com a presença de Shahrazad Houshmand, teóloga iraniana, e mais 20 mulheres, entre docentes universitárias, empresárias, políticas, artistas, jornalistas e consagradas.

O Dia Internacional da Mulher é ainda assinalado pelo lançamento do número monográfico da revista do CPC, “Cultura e Fé”, com curadoria da ‘Consulta Feminina’, de acordo com a Agência Ecclésia.

Segundo o Diário de Notícias, este órgão consultivo foi criado há dois anos, mas o Vaticano só agora apresentou esta estrutura porque quis amadurecer a ideia. O órgão consultivo vai reunir-se três vezes por ano.

A académica Consuelo Corradi foi a escolhida para coordenar o novo órgão, que nesta apresentação afirmou:

“A nossa ambição é falar sobre os temas universais a partir da perspetiva das mulheres”

Nesta quarta-feira, dia 8 de março, realiza-se um colóquio sobre a contribuição das mulheres para a paz no mundo no Vaticano. O evento, que vai já na quarta edição, pretende dar voz às mulheres católicas que lutam contra a escravatura sexual ou que têm um papel ativo na educação de refugiados ou no acesso de cuidados para os mais pobres.