Inditex acusada de fugir ao fisco em Espanha

Zara

O grupo Inditex, do qual fazem parte as lojas Zara e Massimo Duti, não pagou às finanças espanholas milhões de euros, durante três anos.

A denúncia foi feita pelo grupo dos Verdes, na semana passada no Parlamento Europeu, que acusam a multinacional de recorrer a técnicas “agressivas” para contornar o pagamento de 585 milhões de euros, entre 2011 e 2014.

“A nossa investigação mostra que o Inditex sonegou €585 milhões em impostos através de técnicas de manipulação fiscal agressivas, principalmente na Holanda, Irlanda e Suíça”, assinala o documento de 36 páginas sobre a situação fiscal do gigante do retalho.

Ou seja, o grupo transferiu os lucros para as suas filiais nesses países, com o objetivo de pagar menos impostos. Uma prática que não é ilegal e que, sublinham os Verdes, conta com a conivência dos próprios Estados, que usam as diferenças fiscais para atrair as empresas, mas que prejudicam a receita fiscal dos países de origem. Apesar disso o grupo questiona se “o Inditex pagou impostos no país onde a sua atividade económica realmente acontece”.

Os valores não pagos pela multinacional ao fisco do país vizinho coincidem com o período de crise financeira e de políticas de austeridade que afetaram milhões de espanhóis.

Além do Inditex, os Verdes já tinham denunciado práticas semelhantes por parte do Ikea. Mas também a Amazon, o Starbucks, a Apple ou o McDonalds terão beneficiado das leis internacionais com o mesmo objetivo: pagar menos impostos.

Detido pelo bilionário Amancio Ortega, considerado o homem mais rico da Europa e um dos mais ricos do mundo, o grupo Inditex reportou, no último ano, 20.9 mil milhões de euros em vendas, de 7100 lojas, espalhadas por 93 países.