Katty Xiomara deslumbra Nova Iorque

As redes sociais estão cheias das hastags #kattyxiomara, #love e #fab todas juntas, e as fotografias do desfile da criadora portuguesa estão por todo o lado. Os coordenados de Katty Xiomara convenceram o público nova-iorquino que assistiu ao desfile, esta segunda-feira, quando eram 14 horas locais, 20h00 em Portugal. Coerente com o caminho que tem trilhado, a designer contou uma história cheia de romantismo, qualidade irrepreensível dos materiais e dos acabamentos e diversidade do corpo feminino. O Delas.pt falou com a designer em Nova Iorque, nos bastidores do desfile.

Está de volta a Nova Iorque, esta é a segunda vez com o Portugal Fashion, o que é que aconteceu desde fevereiro de 2016?

Este é o nosso sexto desfile em Nova Iorque, o segundo com o Portugal Fashion e sentimos desde sempre o reflexo: o aumento das reações que se sente mais logo a seguir ao desfile, existem sempre contactos, pessoas que nos pedem determinadas peças, pessoas que acabam por aderir e seguir-nos. O desfile acaba por criar um grande buzz que acorda que não estava tão atento e que de outra forma não olharia para nós. Por outro lado, acaba por reforçar os pontos de venda que já temos, de forma a dizer-lhes que não estão sozinhos, que investimos na promoção da marca e é uma forma de chamar a atenção para novos clientes. Neste momento não posso dizer que tenhamos fechado definitivamente com com novos clientes por causa do desfile. Não é fácil fazer essa associação imediata.


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Qual é a diferença entre desfilar com o apoio do Portugal Fashion ou sozinha?

É muito grande. Sozinha é mais difícil, orçamento é mais restrito e não temos uma equipa tão grande. Com o Portugal Fashion deixamos de ser só nós, eu e o meu marido. Com o PF temos uma equipa maior, acaba por ser muito importante.

Do ponto de vista criativo, o que é que vai apresenta neste desfile?

A coleção apresenta muitas texturas, materiais distintos, desde rendas a materiais felpudos, tules, sobreposições, transparências, camadas. Tem também diferentes silhuetas, não se concentra numa única silhueta, que vão desde o oversize até à peça extremamente justa. É uma coleção com algum romantismo. A paleta de cores parece abrangente: concentra-se nos azuis, no preto, nos tons brilhantes do prata e dos nacarados. E depois temos alguns tons quentes, os taupe, os beije e os vermelhos madeira, quase rosa. Acaba por haver um crescendo. A coleção vai ser apresentada começando pelos tons mais neutros vai crescendo chegando até ao preto.

As suas coleções também têm vindo a crescer no que toca à qualidade dos materiais e ao cuidado com os acabamentos.

Sim. A evolução também traz um bocadinho essa exigência. Vamos aprendendo com o tempo, vamos sentindo a necessidade de cada vez mais apurarmos em termos de acabamentos e não podemos nunca perder esse cuidado. Não é fácil, não é mesmo fácil, é uma luta muito grande porque apesar da nossa qualidade em Portugal ser muito boa, não estamos habituados a fazer este tipo de peças em que é necessário ter uma atenção aos pormenores. Este é um elemento muito importante da nossa coleção e que atrai muito os clientes. Esse cuidado é um dos nossos pontos fortes.

Trabalha para o mercado nacional ou para o internacional?

Nós apostamos mais na exportação, sem dúvida. Apesar de ter vindo a mudar, o mercado interno ainda não está preparado para comprar este tipo de coleções. Nós vendemos só em lojas multimarca. Temos a nossa loja própria no Porto e lá vendemos, mas aqui há público para estas coleções. Em Portugal não existem muitas lojas multimarca com este conceito.