Luso-canadiana cria instituição para ajudar mulheres vítimas de cancro

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Após ter superado uma doença prolongada, uma mulher luso-canadiana criou em Toronto uma organização sem fins lucrativos para ajudar as mulheres vítimas de cancro.

“Passei por um momento difícil, de muita solidão, a vida de todos continua, a nossa é que para. Senti podia fazer alguma coisa pelas mulheres com dificuldades financeiras, ou que não sejam abrangidas pelo sistema de saúde canadiano”, disse Ana Pereira, de 52 anos.

Há 26 anos no Canadá, natural de Sobral da Lourinhã (distrito de Lisboa), a luso-canadiana decidiu criar a associação sem fins lucrativos Together Helping Women (Juntos a Ajudar as Mulheres).

Embora o projeto tenha tido início há dois anos, só em junho de 2016 a instituição foi reconhecida pelas autoridades canadianas.

Em 29 de abril de 2013 foi-lhe diagnosticado um cancro na mama, algo que a vai “marcar para sempre”, cujo tratamento demorou cerca de um ano a estabilizar.

“Quando comemorei o 50.º aniversário, descobri que os meus familiares pretendiam fazer-me uma festa surpresa. Não quis. Pedi-lhes que fizessem um donativo para ajudar todas aquelas que padecem de um cancro. Queria que os meus 50 anos tivessem um objetivo claro”, acrescentou.

Ana Pereira conseguiu angariar quase três mil dólares canadianos (1.990 euros) e decidiu “fazer a diferença” criando a instituição.

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Após um longo processo burocrático, as despesas do registo da instituição uma grande barreira, mas a luso-canadiana organizar mais alguns eventos de caridade para que “este sonho não passasse de apenas disso”.

Para setembro, está já agendado no salão da Local 183, em Toronto, um jantar onde os fundos já vão reverter para ajudar particulares “com qualquer tipo de cancro”.

“Quem nos contactar vamos analisar todas as situações e tentar ajudar as pessoas. Não só na comunidade portuguesa, mas mulheres de várias comunidades que tenham qualquer tipo de cancro”, frisou

Neste momento o principal objetivo é “estabilizar a instituição, ganhar raízes para crescer”, para um dia chegar a “outros países que não disponham de sistemas de saúde como o canadiano”.