Lusodescendente é a “Professora do Ano” no Canadá

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Dulce Moreira ao centro, em destaque entre os professores da escola St. Nicholas de Barrie

Uma professora lusodescendente no Canadá está a utilizar as novas tecnologias para cativar os estudantes, o que lhe valeu a distinção de “Professora do Ano”, atribuída por um jornal de Toronto.

“O computador pode ajudar-nos no trabalho, outras vezes nem tanto. A criança tem de apresentar a experimentar o computador, e os programas, dando-lhe a utilização devida, atualizando-se”, disse Dulce Pinho Moreira, de 43 anos.


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Formada em 1996 na Faculdade de Educação da Universidade de York, em Toronto, a lusodescendente é filha de emigrantes de Cantanhede (distrito de Coimbra).

“A tecnologia é uma ferramenta que incentiva os alunos. Quando queremos aparafusar algo numa parede usamos uma chave de fendas”, continuou.

Dulce Moreira é professora há 19 anos na escola St. Nicholas de Barrie, a 100 km a norte de Toronto, leciona educação especial com alunos dos três aos 13 anos (jardim de infância ao grau 8).

Um dos segredos para ajudar a integração dessas crianças com dificuldades tem sido a utilização das novas tecnologias, motivo pelo que foi apelidada na escola de techie superwoman (supermulher da tecnologia).

Dulce Moreira foi considerada recentemente ‘Professora do Ano’ pelo jornal Toronto Star, algo que a deixa feliz, pois “é bom ser reconhecida pelo trabalho”.

“Isto para mim não é trabalho. Faço-o com uma grande vontade. Gosto de ajudar as crianças e ver o seu sucesso”, disse.

A escola de St. Nicholas em Barrie tem cerca de 260 alunos, 15 a 20 são portugueses ou lusodescendentes, e estão bem integrados. Atualmente na sua turma não há nenhuma criança portuguesa com necessidade de educação especial, disse.

A leitura pode ser uma ferramenta importante para o sucesso no futuro das crianças, defendeu a professora.

“Uma criança que tem problemas na leitura terá muitas dificuldades de sucesso na vida. Os pais devem incentivá-los a ler em casa e devem acompanhá-los na leitura”, sublinhou.

“Em casa sempre me disponibilizaram imensos livros. Quando tentaram ler comigo, era complicado, pois o seu inglês não era muito bom, como era natural, pois eram emigrantes”, afirmou.