Macron e Le Pen passam à segunda volta nas presidenciais

A combination picture shows portraits of candidates for the second round in the 2017 French presidential election Marine Le Pen and Emmanuel Macron
A combination picture shows portraits of candidates for the second round in the 2017 French presidential election, Marine Le Pen (L), French National Front (FN) political party leader, and Emmanuel Macron, head of the political movement En Marche!, (Onwards!). Picture taken March 2, 2017 (L) and April 13, 2017 (R). REUTERS/Charles Platiau - RTS13KK3

Marine Le Pen acordou esta manhã de domingo com todas as indicações de que ela e o seu partido de extrema-direita, Frente Nacional, passariam à segunda volta para as Presidenciais. Durante semanas, foi dada por todas as sondagens como vencedora absoluta nesta primeira volta.

Agora, as primeiras contagens apontam para a vitória do centrista independente En Marche!, Emmanuel Macron, por 23,7% dos votos.


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Segundo os resultados preliminares avançados, até ao momento, pelas estações públicas France2 e France Info, Marine Le Pen garante lugar na votação para 7 de maio com, neste momento, 21,7%, mas longe da liderança que se avançava. E com todos os principais candidatos derrotados – a direita de François Fillon e o socialista Benôit Hammon – a pedir aos eleitores a recusa da FN na segunda volta, pelo que afirmaram votar em Macron.

Ainda assim e após as contas feitas, a obter este resultado, Le Pen poderá conquistar um dos mais altos resultados de sempre para a extrema-direita francesa, Frente Nacional.

Ao mesmo tempo, esta é a primeira eleição em que nenhum dos candidatos dos partidos tradicionais conquistou um bilhete para a segunda volta.

O movimento independente e a extrema-direita ‘arredaram’ os socialistas (liderados por Benôit Hamon) e os republicanos (François Fillon) do Eliseu, uma viragem única na história política recente da França.

As primeiras reações

Com uma campanha marcada pelas acusações de nepotismo, o candidato republicano François Fillon, teria conquistado, para já, 19,5% dos votos. Ainda não eram nove da noite em Paris, quando este candidato assumia “a derrota” como sua. “Cabe-me assumi-la”.

Na declaração, apelou ao veto no programa da Frente Nacional, que promove “um programa de desgraça e que acrescenta caos no plano económico-social, ao qual devemos juntar o caos da saída do Reino Unido na União Europeia”

“Só podemos votar contra a extrema-direia em França, por isso voto por Macron”, declarou o líder do Partido Republicano.

O líder da esquerda Mélenchon, em franca subida nas últimas semanas, consegue igual resultado nestes dados preliminares (19,5%). O candidato socialista Benôit Hamon está nos 6,2%, foi o primeiro a assumir, esta noite, a derrota e assumiu que iria apoiar Macron numa segunda volta.

Imagem de discrição e segurança

Quando se apresentou, de sorriso largo e confiante, na mesa de voto da pequena localidade de Henin-Beaumon, no norte de França, a filha do fundador da extrema-direita evidenciava confiança.

[Fotografia: Twitter/Marine Le Pen]

Le Pen surgiu com um fato clássico completo (casaco e calças) em tons de azul muito escuro, um fio longo e uma maquilhagem discreta em que só a já esperada sombra azul nas pálpebras fazia contraste, mas também se conjugava com o alfinete de lapela escolhido. Escolhas discretas e um riso largo, era essa a imagem que ela escolhia para publicar na sua conta pessoal de Twitter.


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Emmanuel Macron votou em Le Touquet, na zona costeira atlântica e no norte de França. Ao 39 anos, o líder de movimento de centro pode vir, caso ganhe, a tornar-se no mais jovem presidente de França. Em dia de primeira volta de eleições, a mulher Brigitte, sua ex-professora e 25 aos mais velha, esteve ao lado dele.

A escolha de indumentária feita pelo candidato, antigo banqueiro e ex-ministro de Manuel Valls, recaiu sobre os tons mais escuros, entre o preto e o sobretudo azul escuro.

 

[Fotografia: Twitter/Emmanuel Macron]

O independente centrista Emmanuel Macron, a líder de extrema-direita Marine Le Pen, o republicano François Fillon e o candidato do Partido da Esquerda Jean-Luc Melenchon e o socialista Benôit Hamon foram os cinco principais candidatos, dos onze que foram a votos nesta primeira volta das presidenciais.

Um sufrágio que convocou 47 milhões e meio de franceses e em torno do qual se estima existir uma abstenção em torno dos 21%, a mais alta desde 2002.

Em Portugal, foram documentadas, este domingo, longas filas de espera de franceses residentes em território nacional e que quiseram participar nesta primeira escolha, cujos dois candidatos mais votados, seguem para uma segunda volta a 7 de maio. Quem sair vitorioso, ocupará o Eliseu e sucederá ao socialista e polémico François Hollande.

Imagem de destaque: Charles Plattiau/Reuters