Máquinas vendem pílula do dia seguinte ao lado de chocolates

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Produtos disponibilizados na máquina de venda automática (DR)

Nos arredores da Nova Iorque fazem-se experiências com as máquinas de ‘vending’ (compra automático de produtos a troca de moedas ou notas) e disponibilizam-se produtos cuja oferta não tem sido, até agora, muito comum neste tipo de máquinas. Entre eles – surpreenda-se – há pílula do dia seguinte (por 35 dólares, ou seja, 31 euros), lubrificantes e testes de gravidez (a 10 dólares, cerca de 9 euros).

Produtos que convivem, lado a lado, com chocolates e bolachas, com batatas fritas e garrafas de água. As soluções que, de acordo com o que antecipa Peter Rose, o mentor da ideia, dizem respeito à mulher moderna.

Tudo numa mesma máquina de uma lavandaria, Sunshine Laundromat, que beneficia do facto de ter horários mais alargados e que não implica qualquer conversação com estranhos na hora de comprar produtos desta natureza.

Fachada da lavandaria que deu início à experiência (DR)

Fachada da lavandaria que deu início à experiência (DR)

Os ensaios começaram há cerca de um ano, com a comercialização dos primeiros testes de gravidez. Depois, passaram apenas alguns dias até Peter Rose se aperceber que a pílula do dia seguinte também poderia integrar a oferta. “Não é uma afirmação política”, clarifica o proprietário. “Apenas testei alguns produtos de forma aleatória por graça”. De fora têm ficado os preservativos porque, sustenta Rose, “para lá de estarem disponibilizados em muitos locais, são muitas vezes gratuitos”.

E se nem todos acham graça a ideia de a pílula abortiva estar disponível desta forma, há quem se pergunte sobre a legalidade da original opção. “Tanto quanto sei não há legislação que proíba. Se soubesse que havia, estes produtos não estariam à venda aqui”, afirma o proprietário.

A porta-voz do regulador norte-americano Food and Drug Administration (FDA), ouvida pelo site DNAInfo, assegura que “não há nenhuma disposição na Lei federal que proíba este tipo de soluções em máquinas de venda automática”. Andrea Fischer reitera antes que os produtos disponíveis, devidamente identificados, devem estar em “plena conformidade com o que é aplicável na lei”.