Marcelo diz que violência e sexo devem ser falados na escola

Marcelo Rebelo de Sousa na Casa da Música
Fotografia de Amin Chaar/Global Imagens

O Presidente da República defendeu na quarta-feira que a educação para o ambiente “deve começar no básico do básico” e que temas como a violência, a toxicodependência e o sexo também deve ser falados na escola.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante cerca de 200 alunos do 8.º ao 12.º anos, na Escola Secundária Ibn Mucana, no concelho de Cascais, durante uma aula que durou mais de uma hora e meia, em resposta a uma pergunta sobre o ambiente.


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“A educação para o ambiente é crucial, deve começar no básico do básico, para não dizer no pré-escolar”, afirmou o chefe de Estado, acrescentando que é “muito pouco conservador” em certas realidades.

“Eu aí, confesso, sou muito pouco conservador. Acho que há realidades como a violência, o ambiente, a toxicodependência, o sexo, e outras realidades assim, em que, à sua maneira, tem de se ter a noção do que é respeitar as outras pessoas e viver com elas, e que há formas diferentes de falar disso em vários momentos da vida”, declarou.

Segundo o Presidente da República, “é um absurdo achar que as pessoas podem contactar com essas realidades no dia a dia, na televisão, na Internet, e não falar nisso na escola”.

“Como é que é possível?”, questionou. Logo de seguida, o sistema de som emitiu um ruído que interrompeu o chefe de Estado. “Isto foi um protesto conservador contra mim”, observou Marcelo Rebelo de Sousa.

Sobre o ambiente, o Presidente da República defendeu que “não há verdadeiro desenvolvimento humano se, além de haver criação de riqueza, não houver criação de condições ambientais em geral para todos”, a nível global.

“Isso leva a alterar a forma como se cria a riqueza, como se produz, como se vive. Temos de mudar a nossa maneira de viver, a maneira como se consome”, advogou.

No final desta aula, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas e foi questionado sobre a notícia de que o Governo prepara um novo projeto sobre a identidade de género que poderá descer para os 16 anos a idade legal para a mudança de sexo e eliminar a obrigatoriedade de um atestado médico.

“Eu não comento projetos de diplomas legais. Vamos esperar. Quando houver um diploma legal sobre qualquer matéria, essa ou outra, eu receberei, e depois ponderarei. Agora, estar a especular sobre um diploma que não existe, acho que o Presidente não o deve fazer”, respondeu o chefe de Estado.