Morreu Liliane Bettencourt, a herdeira do império L’Oréal

Tinha 94 anos e era uma das mais importantes mulheres da indústria da beleza do mundo: a herdeira do grupo L’Oréal. A morte da multimilionária Liliane Bettencourt – que detinha 1/3 da empresa com o filho – foi confirmada esta quinta-feira, 21 de setembro, pela família.

A herdeira deste império sofria de demência e de doença de Alzheimer, tendo sido afastada da gestão direta do grupo há já alguns anos.

Este ano, tinha sido declarada pelo revista Forbes e pelo segundo ano consecutivo como a mulher mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em 39,5 milhões de dólares (mais de 33 mil milhões de euros), fruto de uma herança construída pelo pai na marca de cosméticos.

Fundada em 1907, a L’Oréal passou para as mãos de Liliane Bettencourt 50 anos depois, após a morte do fundador, Eugene Schueller.

L’Óreal: o dinheiro, a política e a batalha judicial

Nascida em Paris, a 21 de outubro de 1922, o seu nome foi envolvido num escândalo político-mediático de natureza fiscal, em 2010. Em causa estava um conflito legal levado a cabo pela filha, Françoise Bettencourt-Meyers, contra o fotógrafo, novelista e ator francês François-Marie Banier.

A filha de Liliane Bettencourt acusou-o de ter exercido abusos sobre a herdeira do império L’Oréal com o intuito de obter cerca de dois mil milhões de euros, donativos que terão sido entregues entre 1990 e 2000.

Ora, o rasto do dinheiro encaminhou este processo para o terreno político, envolvendo o então ministro do Trabalho. De acordo com a investigação, Eric Woerth (antigo tesoureiro da campanha de Nicolas Sarkozy) estaria no centro de suspeitas de financiamento ilegal e de conflitos de interesse.

Imagem de destaque: Charles Platiau/Reuters