Mulheres estão nas autárquicas mas não vão chegar às presidências

As mulheres estão mesmo a envolver-se na luta política e a prova é que estas Autárquicas, cujas eleições decorrem a 1 de outubro, trazem um número de candidaturas femininas que vão dos 38% aos mais de 60%, consoante a força política em escrutínio. Afinal, são estes os dados gerais revelados pelos partidos com assento parlamentar ao Delas.pt.

No entanto, à medida que se analisam as listas para Assembleias de Freguesia até às das presidências de Câmara, o envolvimento das candidatas mulheres parece desvanecer. Ou seja, quanto mais alto o cargo do poder local em análise, mais elas perdem força percentual.

No caso raro do Bloco de Esquerda, o partido coordenado por Catarina Martins entrega números que indicam que a percentagem de mulheres candidatas aos municípios (42,28%) é superior ao percentual de candidaturas global da formação política (42,18%), todos as restantes forças revelam dados que mostram decréscimos acentuados.

Para ficar a conhecer os dados por género apresentados pelos partidos, percorra a galeria acima. De relevar que os números incluem as listas que correm em coligação.

O Partido Social-Democrata (PSD) é quem regista a maior quebra entre a percentagem global e o percentual de mulheres que se candidatam a liderar um município, baixando de 43 para 13%. Já a menor quebra parece ser registada, até ao momento, pelo partido encabeçado por Assunção Cristas, também ela rosto da corrida ao órgão máximo do poder local: a Câmara Municipal de Lisboa.


Conheça o município para o qual só concorrem mulheres


O Partido Socialista (PS) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) também registam discrepância semelhante. No segundo, a grande massa feminina de 2/3 de candidatas às eleições à geral desce ligeiramente para metade quando o assunto é a cadeira mais importante do município.

Até ao momento não foi possível obter os dados nacionais da CDU [a coligação que junta Partido Comunista Português (PCP) e Os Verdes (PEV)]. É ainda importante sublinhar que esta análise teve apenas por base as forças políticas com assento parlamentar. De fora, para já, estão os restantes partidos constituídos em território nacional, bem os movimento de grupos de cidadãos independentes, que estão em crescimento..

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