Mulheres na liderança aumentam os lucros das empresas

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Vinte e duas mil empresas espalhadas por 91 países do mundo foram analisadas por Marcus Noland e Tyler Moran do Peterson Institute for International Economics, no estado americano do Massachussets. O estudo fez a leitura de dados estatísticos como a percentagem de mulheres nos diversos níveis hierárquicos e comparou os lucros dessas empresas. A correlação entre mulheres em conselhos de administração e resultados operacionais tornou-se evidente. Segundo o estudo “A diversidade de género é lucrativa?” a presença de mulheres na liderança de empresas parece tornar as empresas mais lucrativas.

Como é que os investigadores chegaram a esta conclusão? Comparando os cerca de 95% das empresas da amostra que não têm mulheres no cargo de administrador executivo (CEO), os 60% das empresas que não têm mulheres nos conselhos de administração e os cerca de 50% que não têm mulheres em chefias de nenhum departamento, com as que têm na proporção inversa mulheres nesse cargos:

  • 5% de empresas têm mulheres como CEO
  • 40% da empresas têm mulheres nos conselhos de administração
  • 50% tem departamentos chefiados por mulheres.

Na comparação entre umas e outras, ficaram a ganhar – em resultados líquidos, em lucro, valorização em bolsa – as empresas com maior representação feminina, sobretudo em países onde há menor preconceito social em relação às mulheres e acesso à licença parental relativamente semelhante às das mulheres. Aliás, o contexto parece ser decisivo para maior ou menor presença das mulheres nos cargos de maior importância e os fatores são tão diversos como o nível de sucesso das raparigas de um país a matemática, a existência de licenças de paternidade, ou o estatuto da mulher nesse país.

Curiosamente, nos Estados Unidos da América, em que as licenças não são reguladas por lei, aparece uma relação direta entre mulheres em conselhos de administração de grandes empresas e valorização das ações em bolsa. Já na Alemanha onde as mães (mas não os pais) ficam em casa por 3 anos depois da gravidez não foram encontradas evidências que beneficiassem as empresas com mulheres na liderança.

O fenómeno causa-efeito direto entre equilíbrio entre homens e mulheres em todos os níveis hierárquicos e a valorização das empresas está por explicar e há demasiadas variáveis em termos geográficos, legais e até se sector de atividade.

As conclusões do estudo são claras: as empresas com lideranças femininas nos departamentos chave aumentam os lucros. Para mais nas chefias relacionadas com o consumo, a relação com os clientes, e as relações públicas esses resultados parecem exponenciar os resultados. Empresas com chefias de topo no feminino têm uma maior distribuição da riqueza produzida e esse parece ser também um segredo das empresas mais produtivas.