Mulheres ocupadas não vão ao médico

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Mais de 25% das mulheres coloca o trabalho à frente das idas ao médico

Trabalho, filhos, casa, marido. A maior parte das mulheres sabe que sobram tarefas inadiáveis e que são sempre muito mais importantes do que prestar atenção a um ou outro sinal de alerta que o corpo vai dando. E há estudos que provam que o sexo feminino revela uma enorme tendência para dar prioridade a outras áreas da vida em detrimento dos assuntos de saúde.

Olhando em concreto, mais de um terço das mulheres adia ida ao médico por considerar que a família está em primeiro lugar, mais de 25% admite que dá mais prioridade ao trabalho do que ouvidos aos sintomas de doença que podem ser mortais e 14% põe o companheiro à frente das consultas.

Estes números alarmantes foram apresentados pela associação britânica Ovarian Cancer Action – na sequência de um inquérito aplicado a duas mil britânicas – e apontam para o facto de o sexo feminino estar a falhar idas ao médico e a ignorar sintomas que podem levar à morte. Tudo porque alegam: “estão ocupadas”.

“A relutância das mulheres em procurar ajuda e falar sobre os assuntos de saúde é realmente preocupante, mas não é difícil de compreender”, começa por explicar Katherine Taylor ao diário britânico ‘The Times’. Para a presidente da associação “há uma miríade de razões que levam a que os assuntos de saúde não ganhem maior relevo face às vidas agitadas que todas levamos”.

“A relutância das mulheres em procurar ajuda e falar sobre os assuntos de saúde é realmente preocupante, mas não é difícil de compreender”, afirma Katherine Taylor, presidente da associação britânica Ovarian Cancer Action.

De acordo com aquela investigação, 23% das mulheres considera que ir ao médico é “uma perda de tempo”. Cerca de 20% relativiza a questão por considerar que há outros pacientes que têm necessidades mais evidentes do que as delas.

Os problemas físicos estão entre os que ocupam o primeiro lugar na lista de assuntos a ignorar (36%), seguidos de preocupações mentais (30%) e sexuais (27%). A questão agrava-se quando estão em causa doenças em que os sintomas são vagos e em que os diagnósticos podem estar longe de serem simples. Por isso, é tão importante estar atenta e reportar todos os sinais.

Dificuldades em falar com um médico, vergonha, exagero face à doença, estas são – de acordo com o estudo – algumas das razões mais evocadas pelas mulheres para fugir das consultas. Há também, entre as inquiridas, quem considere que não ter sido levada a sério ou não ter sido compreendida, numa consulta anterior, constitua argumento dissuasor para marcação de nova visita ao clínico.