PAN revela: “Na questão da paridade, tivemos o problema inverso”

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O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) concorre às Autárquicas de 2017 com cerca de 2/3 das candidatas mulheres. Ou seja, apenas 1/3 são do sexo masculino, o que levou o porta-voz desta formação política a revelar ao Delas.pt que viveram o “problema inverso” para cumprir o disposto da lei de 2006.

Francisco Guerreiro, candidato do partido à câmara de Cascais e também o rosto oficial da formação política com um assento parlamentar, crê que “o predomínio de mulheres candidatas se deve ao facto de elas serem muito mais sensíveis às causas que o partido defende”. Assim sendo, reitera: “é curioso, mas é verdade, nós tivemos o problema inverso para cumprir a lei da Paridade”, assegurando assim uma quota de 33% para os homens nas suas listas.


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Porém, se elas estão em claro predomínio no grupo total de candidatos – que podem chegar a um milhar – certo também é que aquela proporção não se mantém em matéria de candidatos à presidência das câmaras, poder máximo em sufrágio nestas eleições.

“No PAN, temos 14 mulheres candidatas a liderar as câmaras, num global de 31”, refere o porta-voz. Ou seja, os 2/3 de mulheres no global descem agora para um rácio de menos de metade. Portanto, a pergunta impõe-se: Porque é que elas estão lá, mas não chegam ao poder máximo na mesma proporção?

“O nosso processo é muito dinâmico e não procuramos uma preponderância de um género sobre o outro”, começa por justificar Franscico Guerreiro. Este porta-voz crê, no entanto, que esta discrepância que se verifica à medida que se sobe na cadeia de poder se deva a “eventual tempo e disponibilidade por parte do género feminino”. Porque, reitera, “ainda vivemos numa sociedade muito desigual que ainda condiciona as mulheres a chegarem-se à frente”. Guerreiro garante que, “internamente, não há nenhum motivo para que isto aconteça”.

Entre as candidatas, o porta-voz lembra que elas lideram listas às câmaras que até são mais populosas: “Em Lisboa, no Porto, mas também em Sintra e em Leiria, por exemplo, temos mulheres candidatas à presidência da autarquia”.

Recorde-se que o PAN apresenta-se ao sufrágio de 1 de outubro com um global de 51 candidaturas, 31 para câmaras e Assembleias Municipais e as restantes para Assembleias de Freguesia.

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