Por que é tão difícil simpatizar com mulheres ambiciosas?

Hillary Clinton
Fotografia de Shannon Stapleton/Reuters

Quando Hillary Clinton deixou o cargo de secretária de Estado dos EUA, em fevereiro de 2013, era considerada a política mais popular do país. No entanto, quando em 2016 decidiu dar um passo ainda maior na sua carreira política e candidatar-se à presidência dos EUA, essa popularidade registou uma enorme quebra, acabando por perder as eleições para o polémico Donald Trump. Na sua primeira entrevista pós-eleitoral, no âmbito da Cimeira ‘Mulheres no Mundo’, Hillary Clinton foi confrontada pelo jornalista Nick Kristof, do The New York Times, com esta espada de dois gumes.

“Acho que [as mulheres jovens que correm para os escritórios] estão preocupadas com os estudos que alguns cientistas sociais têm feito e que apontam que as mulheres podem ser consideradas líderes simpáticos ou competentes mas não ambos”, afirmou Nick Kristof.

Hillary Clinton concordou com o jornalista e reconheceu já ter sentido o fenómeno na pele, mas pediu às jovens não deixem de sonhar com os mais altos cargos políticos por causa desse pensamento da sociedade norte-americana.


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“Nós precisamos realmente de mais jovens, especialmente de mulheres mais jovens. Muitos académicos têm escrito sobre essa fenómeno. É muito simples, mas lamentável. Com os homens, o sucesso e a ambição são associados ao carisma. Então, um homem bem-sucedido torna-se mais simpático. Com uma mulher, adivinhe o que acontece? É exatamente o oposto. Quanto mais bem-sucedida e, portanto, ambiciosa é uma mulher, menos simpática esta se torna”, explicou Hillary Clinton.

Em 2012, num artigo da New York Magazine, a jornalista Ann Friedman já tinha associado este fenómeno a Hillary Clinton, que na altura ainda era secretária de Estado dos EUA. “Para ter sucesso, ela precisa de ser amada, mas para ser amada, ela precisa de moderar o seu sucesso”, escreveu Ann Friedman. Quatro anos depois, pouco parece ter mudado.