‘Power Rangers’: cartaz criticado por desigualdade de género

Se era criança ou adolescente na década de 1990, provavelmente era fã da série de super-heróis ‘Power Rangers’. A longa-metragem da saga tem data de estreia marcada para março de 2017 e, na semana passada, foi divulgada a primeira imagem oficial, na qual surgem os cinco Power Rangers, dois dos quais são raparigas.

Dois pormenores na imagem estão a gerar críticas e indignação. Para os menos familiarizados com a história, os super-heróis são adolescentes recrutados pelo feiticeiro Zordon e que, através dos seus poderes especiais, têm por objetivo combater a vilã Rita Repulsa (interpretada por Elizabeth Banks).

Na imagem, divulgada em exclusivo no site Entretainment Weekly, as Power Rangers rosa (Kimberly, interpretada pela atriz britânica Naomi Scott) e amarela (Trini, papel atribuído à atriz Becky G.) surgem com fatos diferentes dos parceiros masculinos: as indumentárias têm saltos de cunha e seios proeminentes, pormenores esses inexistentes na versão televisiva dos ‘Power Rangers’.

Scott Mendelson, crítico de cinema da revista ‘Forbes’, escreve que “os fatos dos Power Rangers falharam o teste da neutralidade de género”. “É um pormenor de fazer revirar os olhos, que corresponde a determinados preconceitos de género e estereótipos, precisamente porque era evitável. Seria pedir demasiado que a Ranger rosa e a Ranger amarela tivessem o mesmo tipo de calçado que os seus parceiros masculinos? Seria pedir demasiado que as heroínas não tivessem fatos que fizessem dos seios o foco principal de atenção, especialmente num franchise cujo público-alvo são crianças?”, questiona Mendelson.

Nas redes sociais, as opiniões dos fãs são negativas e a indignação em relação às diferenças nas indumentárias das heroínas é geral.

Em declarações ao site da ‘Entertainment Weekly’, Dean Israelite, o realizador do filme, explica o significado da reinvenção dos fatos dos Power Rangers que, na versão original, eram feitos de licra. “A série focava-se no amadurecimento destes miúdos, num processo de metamorfose. Estes fatos precisavam de parecer que tinham sido catalisados pelos protagonistas, pela sua energia”, explica Israelite, acrescentando ainda que esta transformação tem também como objetivo “apelar a públicos mais adultos”.