Raquel Strada. “Quis escrever um policial porque é o meu género de literatura”

O nome de Raquel Strada quase que poderia ser já uma marca. É que a apresentadora e atriz, de 34 anos, está cada vez mais longe da carreira televisiva. Sempre ligada à SIC, é certo, mas neste momento é das bloggers portuguesas mais influentes das redes sociais. Considerada um dos mais jovens ícones de moda, a anfitriã de Blue Ginger é a mulher dos sete ofícios. No espaço de um mês lançou o livro “Enquanto Acreditar em Ti”, tornou disponível uma aplicação no seu Instagram, que até à data conta com 273 mil seguidores, que funciona como montra digital. E não ficou por aqui. A estrela do canal de Carnaxide assinou recentemente uma parceria com a Fine&Candy, empresa 100% portuguesa, e juntas lançaram uma coleção exclusiva de três notebooks feitos à mão através de técnicas tradicionais. “Wild Collection”, com padrões tropicais e exóticos, é o resultado desta parceria que tem tudo para ser um sucesso.

Como é que aconteceu esta parceria?

Surgiu há já algum tempo. As primeiras conversas que tivemos sobre este assunto aconteceram em setembro do ano passado, desenvolvemos o projeto e ganhou forma no início deste ano. Quisemos uma coleção mais de verão e optámos por começar com blocos de notas. Eu sou uma pessoa colorida, de maneira que esta é uma coleção à minha imagem. Acho que se nota! Uma linha mais fria não fazia sentido para mim. Eu queria cor, porque é a minha energia. Adiámos o lançamento para esta altura do ano.

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E a Raquel não tem parado. A nível profissional não se pode queixar?

Pois, o problema é que está tudo a convergir agora na minha vida. Ou seja, ando a trabalhar em muitos projetos há muito tempo e estão todos a ver a luz do dia neste momento. Para terem uma ideia já estou a trabalhar em coisas para o ano que vem.

Cada vez está mais distante a imagem da Raquel Strada a apresentadora. Agora temos uma Raquel Strada empresária e empreendedora?

Sim, talvez. Das coisas que neste momento são mais visíveis é o meu livro. Um projeto que eu sempre quis fazer só que não existia a situação ideal. A partir do momento em que me deram tempo, e que fiquei confortável com aquilo que queria fazer, agarrei na caneta e escrevi a minha história, o meu policial. Alguém alinhou na ideia maluca e acharam que seria capaz de vender…

E está a vender?

Sim, está a correr bem. Tenho tido provas que, de facto, valeu a pena. Estou muito contente. As pessoas ficaram surpreendidas e isso deixa-me feliz.

A primeira pessoa a ler o livro foi da família?

A minha mãe foi acompanhando o processo de escrita. E a verdade é que havia coisas das quais ela não gostava. O meu marido trabalha muito, de maneira que não tinha tempo para isso. Eu ia contando-lhe o que estava a escrever e de como era a história. Depois de terminado foi o meu amigo e agente Sérgio Mota Soares que o leu de uma ponta a outra, mas outras pessoas acompanharam o projeto. O Rui [Maria Pêgo], a Inês Castel-Branco, o Tomás Caetano e a Marta Gil. Eu sabia que podia contar com elas. São pessoas da minha confiança que acompanharam o desenvolvimento do meu livro.

Ficaram surpreendidos?

Acho que não! Conhecem-me tão bem que até acham sempre que eu posso fazer melhor. É engraçado, não é? Isso motiva-me de tal maneira que já estou a pensar escrever o segundo. Com calma, lá chegarei.

Depois do livro uma aplicação, onde as fãs de Raquel Strada podem copiar-lhe o look

É uma montra digital da Suffix , pensada no início do ano, em que as pessoas podem comprar tudo através do meu Instagram, porque vai diretamente para as lojas online. É muito prático. O digital é o futuro e, portanto, conseguir lançar a aplicação e dois dias depois a minha coleção da Fine&Candy é porque, de facto, fazia algum sentido. Quem quiser pode comprar os cadernos da Blue Ginger através da aplicação. E se são concebidos à minha imagens os meus seguidores podem tornar-se potenciais clientes.

A Raquel é das aquelas mulheres que está constantemente a pensar no que vai fazer a seguir?

Sou uma “idiota”, tenho a cabeça a mil, cheia de ideias. Sei que não pareço, porque sou muito discreta e calada. Aquilo que as pessoas que não me conhecem sabem de mim, não é o que os meus amigos e familiares conhecem.

É ambiciosa ao ponto de querer sempre mais?

Dou muito valor à minha vida familiar e privada. E agora chegou a hora de desligar o botão. Vou de férias porque ando numa correria intensa de trabalho. Vou só cumprir os compromissos que tenho a nível profissional e nada mais. Tenho de parar. Quero aproveitar uns dias com o meu marido e com resto da família. Em setembro regresso ao trabalho e vou começar a bombar em novos projetos.

Já tem destino de férias?

Portugal. Faço férias cá dentro.

O que não pode faltar na mala?

Roupa fresca e leve, e maquilhagem. Eu adoro sentir-me bonita para o meu marido. Acho que sou mais chata com essas coisas nas férias do que no dia-a-dia, porque faço porque tem de ser. Na minha vida, longe do trabalho, faço por estar bonita para a pessoa mais importante na minha vida.

E com tanto namoro, há tempo para leituras? Já escolheu os livros para a viagem?

Já ando a tratar disso. Tenho um grupo de amigas com quem troco notas e livros. E frequento as livrarias para ver as novidades. O que gosto agarro e compro. Acontece muitas vezes nos aeroportos. Compro muitos livros. Neste momento é onde gasto mais dinheiro, mais do que em roupa ou outra coisa qualquer. Os livros são a minha melhor companhia para as tantas viagens que faço regularmente. Isto para além de serem fonte de inspiração para mim. Quis escrever um policial porque é o meu género de literatura favorita.

Tem livros inesquecíveis?

Digamos que adoro a escrita masculina. E a minha escrita não se aproxima nem um pouco. Gosto de ler um homem a escrever e tenho noção que escrevo de forma muito feminina. É engraçado perceber que gostas de uma coisa mas que na realidade fazes outra.