Raquel Strada: “Estar em cima da passerelle não é a minha praia”

Raquel Strada esteve nos bastidores do desfile da criadora Katty Xiomara em Nova Iorque e, por isso, não perdemos a oportunidade de conversa com a apresentadora e blogger. Strada foi a cara dos especiais Portugal Fashion e da ModaLisboa, mas hoje é na primeira fila que a vemos mais vezes – e tem publicado inúmeras fotos em torno da Semana de Moda de Nova Iorque. Com uma conta de Instagram com 279 mil seguidores, a influencer é convidada para assistir a vários desfiles internacionais e, por isso, esta entrevista só podia ser sobre moda.

Veio assistir ao desfie de Katty Xiomara, qual é a relação que tem com a designer?

Gosto imenso da Katty. Os primeiros desfiles que fiz na vida foi para ela, decorreu num fórum em Portugal. Foi muito engraçado, eu estava muito nervosa. Não desfilei muitas vezes na vida: fi-lo para o Nuno Baltazar e para a Katty, em duas ocasiões.

Como é que é a experiência de estar em cima da passerelle?

É super-stressante, gosto muito mais de estar a ver, perceber como é que a roupa fica, como flui nas manequins, gosto de sentir as texturas e de ver como o stylist organizou as peças. Gosto de ver a história da coleção. Quando se está em cima da passerelle, com toda a gente a olhar, é super stressante, não é a minha praia.

Durante muito tempo a Raquel fez os especiais do Portugal Fashion e da ModaLisboa, agora está muito mais vezes na primeira fila qual é a grande diferença?

Neste momento, consigo ver as coisas de maneira diferente. Quando estamos a trabalhar, há, enquanto jornalista, muita pressão para ter todo o material necessário para descrever e analisar as peças. Por isso, é mais difícil desfrutar dos desfiles. Agora, gosto muito de poder ver coleções diferentes, ter mais disponibilidade. Tenho visto não só os designers portugueses, mas também os internacionais que me convidaram para vir a Nova Iorque e estou muito contente.

Qual é a grande diferença entre os desfiles dos designers portugueses e os internacionais?

Na realidade, os bastidores e tudo o resto é muito igual, a única coisa diferente é a dimensão. Estão todos a fazer coisas muito boas, muito bem feitas. É mesmo só uma questão de escala.


No ano passado, o choque de Raquel Strada perante a queda de Bella Hadid, no desfile de Michael Kors, correu mundo.


Qual foi desfile que gostou mais até agora?

Dos que vi em Nova Iorque – e ainda não vi o da Katty – gostei muita da Zadig & Voltaire que é uma coleção muito atual e muito urbana. Também gostei muito do desfile do Jeremy Scott porque foram os vinte anos da sua marca própria, foi uma festa. Ele tem uma capacidade enorme de tornar tudo uma celebração.

A sua relação com a moda mudou desde que tem o blogue?

Eu já estava muito ligada aos designers porque fiz as semanas de moda durante oito anos, já os conheço a todos muito bem. E essa relação e o contacto com a roupa resultaram numa grande aprendizagem.

Como é que esse conhecimento mudou o seu estilo?

Esta ligação com a moda trouxe-me a capacidade de perceber o porquê de determinadas coisas acontecerem de determinada maneira. Nós, muitas vezes, não percebemos o trabalho que está por trás, o processo de fabrico das peças. Antes era uma consumidora menos informada e agora olho para tudo de maneira diferente.

Falta às pessoas serem mais informadas sobre moda?

Sim, mas é para isso que servem os blogues, as revistas e os jornalistas, para mostrar um bocadinho do que as pessoas não conseguem ver.

Como é que escolhe os seus looks quando vai fotografar para o blogue?

Nas semanas de moda, são as marcas que enviam a roupa à minha stylist, que é a Nelly Gonçalves. E é ela que escolhe os looks de acordo com as marcas, porque nos desfiles os designers gostam que se vistam peças deles. Isso é bom porque também os estamos a promover. Mas, depois, dou sempre o meu toque. Gosto muito de roupa é um problema que tenho.

E quando está sozinha sem a stylist não entra em pânico?

Não, adoro vestir-me. Na maior parte das vezes, é raro ter um stylist, tenho a Nelly porque gosto muito do trabalho dela e porque, nas semanas de moda, ela torna tudo mais fácil. É uma questão de logística.

E no dia-a-dia qual é o seu estilo?

Sou sempre mais arranjadinha, mas agora ando a tentar inovar mais. Mas confesso que gosto de peças mais clássicas e simples. É que com o simples estamos sempre bem.

Pode revelar-nos uma dica de estilo para este inverno?

Gosto muito de tweed e acho que vai ser muito usado em qualquer peça. E pode ser conjugado num look mais desportivo ou mais elegante, só depende dos acessórios. O tweed é algo que vou mesmo usar, e com botas coloridas.