Representante russa na Eurovisão impedida de entrar na Ucrânia

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As polémicas que envolvem os dois países e o Festival Eurovisão da Canção são recorrentes. Este ano, a mês e meio da realização do certame em Kiev, na Ucrânia, este país garante que vai impedir a entrada no mesmo da concorrente russa, Julia Samoilova.

A televisão pública ucraniana emitiu um comunicado em que adianta que Samoilova está proibida de entrar no território. Os serviços secretos da Ucrânia (SSU) justificam a decisão com o facto de a intérprete, de 27 anos, ter atuado “de forma ilegal” na Crimeia após “a ocupação da região pela Rússia (em 2014)”.

Já em outubro do ano passado, os SSU tinham divulgado uma lista com 140 artistas russos a quem a entrada no país seria interdita. O nome de Julia Samoilova consta dessa lista.

A União Europeia da Radiotelevisão (UER/EBU) já reagiu. Numa nota, confirma “que as autoridades ucranianas emitiram uma proibição de viajar para a artista russa escolhida para o Festival Eurovisão da Canção, Julia Samoylova, uma vez que foi julgada por ter violado a lei ucraniana quando entrou na Crimeia, para dar um concerto”. “Temos de respeitar as leis locais do país de acolhimento, mas estamos profundamente desapontados com esta decisão porque consideramos que vai contra o espírito do concurso e a noção de inclusão que está no centro dos seus valores. Continuaremos o diálogo com as autoridades ucranianas com o objetivo de garantir que todos os artistas possam atuar no 62º Festival Eurovisão da Canção em Kiev, em maio”, prosseguiu.

Com esta proibição, Samoilova, que sofre de Atrofia Muscular Espinhal e cuja música é ‘Flame Is Burning’, cumpria o sonho de participar na Eurovisão. Seria a segunda concorrente da história do Festival da Eurovisão a atuar de cadeira de rodas.

No site Eurovision World, que reúne as apostas internacionais ao favorito a vencer o certame, a representante russa está na 9ª posição entre os 43 participantes.

Recorde-se que em 2016, a cantora eleita pelos ucranianos para levar o país ao evento musical, foi Susana Jamaladinova. Jamala, como é conhecida, é uma tártara da Crimeia, grupo étnico muçulmano com um longo histórico como vítima de perseguições. A música que interpretou, intitulada ‘1944’, versa sobre Estaline e os tempos em que este desalojou milhares de pessoas da Crimeia. Um dois em um suficiente, que levou a organização do concurso a explicar que “não são permitidas canções com mensagens políticas ou com fins comerciais”. Ainda assim, ‘1944’ acabou por subir ao palco e vencer o concurso.

As semifinais do Festival Eurovisão da Canção realizam-se nos dias 9 e 11 de maio e a final está agendada para o dia 13 do mesmo mês.