Riscas: uma moda intemporal

As riscas fazem parte do verão e este ano, sem exceção, estão de volta. O branco intercalado azul, amarelo, vermelho ou até verde lembram-nos calor e praia, e as férias na Costa Nova, em Aveiro. As riscas estão na moda, como sempre, e desde há muitos, muitos anos.

Embora o possamos usar durante o ano todo, o verão pede um estilo náutico, ou seja: riscas. Temos desde as combinações mais clássicas, como o preto e branco ou o azul e branco, até outras mais coloridas e vistosas, como o branco e amarelo ou o branco e verde.

Quando decidir vestir riscas tenha em mente que elas têm um imenso poder de ilusão de ótica. As horizontais alargam-nos, enquanto as verticais nos alongam. Para parecer mais esguia e alta, o ideal é apostar em peças com riscas ao alto; para dar a ilusão de um peito ou uma anca maiores é optar por peças com riscas na horizontal. Atenção também à grossura das riscas, as mais finas são mais elegantes e por vezes passam quase despercebidas, enquanto as mais grossas tendem a criar volume.

Em Portugal, também a Costa Nova do Prado se veste de riscas. Mais conhecida por Costa Nova, esta aldeia portuguesa situa-se em Ílhavo, na barra da Ria de Aveiro. Surgiu no século XIX, por meio de alguns pescadores que lá se instalaram e que construíram os típicos “palheiros” da zona. Casinhas de madeira, pintadas com riscas verticais ou horizontais, onde o branco se alia a tantas outras cores: amarelo, vermelho, verde ou azul. Outrora, serviram para guardar instrumentos de pesca ou como armazéns da salga do peixe, hoje são residências balneares.

 

Palheiros da Costa Nova, Fonte: Site oficial da Câmara Municipal de Ílhavo

Não é por acaso que associamos as riscas ao estilo náutico. A história da moda não tem recordação da primeira peça de roupa com este padrão. No entanto, este começou a chamar à atenção no século XIX, altura em que a Marinha Francesa o adotou como o padrão do uniforme oficial. Cada peça de roupa possuía 21 linhas azuis e brancas, representativas das vitórias de Napoleão, e o objetivo destas era fazer com que os marinheiros fossem facilmente localizados e identificados como tal.

A sua chegada à moda deve-se a Coco Chanel. Depois de viajar até à Riviera Francesa, onde vislumbrou este padrão em marinheiros e pescadores, a estilista decidiu adotar o estilo e apresentar uma coleção náutica em 1917. Surge assim a moda das riscas que rapidamente conquistou o mundo.

 

Coco Chanel, 1917 [Imagem: Pinterest]

Nos anos 50 já artistas de Hollywood apareciam com o padrão típico da marinha. Marilyn Monroe, Audrey Hepburn e Brigitte Bardot, foram algumas das mulheres que apostaram nesta tendência. Nos anos 60 e 70, as famosas riscas tornaram-se símbolo de rebeldia e da comunidade hipster. Nas décadas de 80 e 90, o padrão continuou na moda, embora em cores mais vivas.

 

Brigitte Bardot à esquerda, Marilyn Monroe ao centro e Audrey Hepburn à direita [Imagens: Pinterest]

As icónicas riscas marcaram gerações e gerações, estando presentes nos roupeiros das nossas avós, mães e agora também nos nossos. Hoje, encontram-se não só em vestuário, mas ainda no calçado e em acessórios. São um verdadeiro must-have de todos os tempos.

Percorra a galeria de imagens disponível acima e veja algumas das peças que pode levar já para o closet lá de casa.