Roupeiro a postos para o aquecimento global

“Se continuarmos a poluir os nossos solos, os nossos rios, os nossos oceanos, o nosso ar e a desflorestar as nossas florestas em nome do ‘desenvolvimento’, teremos consequências catastróficas. (…) Não interessa onde você vive – França, Canadá, Brasil, Índia, México, Estados Unidos ou qualquer outro país, todos nós compartilhamos esta Terra”, afirmou Gisele Bündchen durante a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) esta terça-feira, dia 19 de setembro, em Nova Iorque.

A modelo brasileira foi nomeada embaixadora da Boa Vontade para o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 2009, e desde então tem sido uma voz ativa nas questões ambientais. A conservação da Amazónia é a sua maior causa atualmente. Mas extinção da Reserva Natural do Cobre na Amazónia para a exploração de Ouro, anunciada por Michel Temer no passado dia 23 de agosto, e entretanto suspensa por um Juíz do Distrito Federal, não é a única preocupação ambiental que o mundo enfrenta. A Terra dá sinais de que não está bem.

Este ano fica marcado pelo Furacão Irma, considerado um dos maiores e mais fortes desde que há registos. Com ventos que quase chegaram aos 300 quilómetros por hora, varreu Caraíbas, Cuba e Florida, deixando um rasto de destruição em apenas 11 dias. Hoje, é o Furacão Maria a espalhar o pânico. Depois de varrer Dominica, a 281 quilómetros por hora, chegou ontem, dia 20 de setembro, a Porto Rico.

A pensar no futuro, em dezembro de 2015, foi elaborado e assinado por 195 países o Acordo de Paris com medidas que pretendem ajudar a combater o aquecimento global. Um tratado que, em junho deste ano, voltou a ser discutido, após Donald Trump ter anunciado que os EUA (Estados Unidos da América), um dos países com maiores níveis de poluição, iriam abandonar o acordo. Decisão que não chegou a ter data oficial e que agora parece não seguir em frente. Recentemente, Rex Tillerson, chefe da diplomacia norte-americana, deu a entender que os EUA podem continuar a fazer parte do Acordo de Paris, desde que as condições para o país sobre esta matéria sejam revistas, avançou o Expresso.

Em Portugal, também está tudo a mudar. No verão vieram ventos muito mais fortes do que era habitual. Em julho, o País tinha 79% do seu território em situação de seca extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, no dia 28 agosto, choveu torrencialmente em todo o país e foram registadas mais de 35 inundações só na área da Grande Lisboa. Mas as ribeiras no interior estão secas.

As estações do ano já não são o que eram e contra factos não há argumentos. O vestuário que escolhemos é o primeiro a fazer-nos sentir na pele que está tudo a mudar.

Já lá vai o tempo em que por esta altura resgatávamos a roupa quentinha de outono e inverno e arrumávamos a de verão. Nos tempos que correm tanto faz calor como faz frio, o outono parece não se decidir a ficar e o verão não nos quer dizer adeus. Saber o que vestir para não acabar a assar a meio do dia e terminá-lo a bater o dente pode ser uma tarefa difícil.

Mas calma! A solução não passa por arranjarmos um roupeiro maior onde colocar as peças de verão e de inverno, nem em ir tirar um curso aos Açores para saber como sobreviver aos dias que passam pelas quatro estações do ano. No meio deste vai e vem de calor, a melhor opção é ter à mão peças-chave que não nos aqueçam demais, mas que também não nos deixem passar frio.

Um casaco de ganga, uma parka ou o típico casaquinho de malha fina são excelentes opções para esta altura. Com eles por perto podemos vestir uma peça de manga curta ou de cavas, por exemplo. Caso o frio surja temos como o combater. Vestidos, camisas e blusas de meia manga são também boas escolhas, por conseguirem resguardar mais os braços do que tops ou t-shirts. Para quem sai de casa muito cedo ou regressa à noitinha, há ainda as camisas de manga comprida que podem ser arregaçadas facilmente caso surja o calor. Quanto a calças, as clássicas de ganga não podem faltar. Nesta altura do ano devemos apostar em peças menos leves, com uma textura mais densa e que acabem por nos proteger mais.

Conjugar peças mais frescas com outras que permitam resguardar-nos mais do vento frio que por vezes passa por nós é o segredo para enfrentar esta meia-estação. É a altura ideal para sair com o trench-coat!

Muito importante ainda é ter atenção aos materiais que compõem as peças de roupa. Se vestir uma camisa de flanela vai acabar por ficar bem quentinha, mesmo que acabe por arregaçá-la. Modelos em camurça, veludo, bombazina ou de pelo devem aguardar a chegada do inverno rigoroso. Caso contrário, o mais certo é não aguentarmos um dia inteiro, morrermos de calor ou de desidratação.

Na galeria de imagens disponível acima encontra algumas destas peças fundamentais para fazer frente às alterações climáticas que, atualmente, se fazem sentir no dia-a-dia. Boas compras!


Veja ainda os sapatos de meia-estação para os dias “Nim”.

Conheça ainda a tendência deste inverno que vai ter que adotar.


Florbela Lourenço