Sandálias da Zilian desenhadas por Diogo Miranda chegam hoje às lojas

Na última semana, o designer Diogo Miranda apresentou a coleção para o outono/inverno 2016-17 e nos pés as modelos calçavam o segundo resultado da colaboração com a Zilian. Hoje chegam às lojas as primeiras sandálias deste casamento, criadas para o verão de 2016. Falámos com o criador de moda e com Madalena Beirão (MB) da Zilian, antes da apresentação pública, ontem no Palácio Foz, em Lisboa. Ficámos a saber que o namoro foi iniciado por Diogo Miranda (DM).

Que casamento é este entre um designer de moda em franco crescimento e uma marca de calçado de mass market?

DM: Começou tudo porque somos representados pela mesma agência de PR, a PressClub. Foi quase um casamento, na segunda temporada em que estava no showroom, em 2015, e surgiu esta ideia de colaborar com a Zilian para desenvolver um modelo, para apresentar nos desfiles, como uma capsule colection. Já vamos na segunda parceria, com esta apresentação que fizémos no Portugal Fashion. Mas creio que os resultados vão começar a ver-se agora com a chegada do resultado da primeira parceria às lojas.

MB: Sim, vamos lançar agora nas lojas e para nós foi uma proposta muito interessante porque gostamos muito do estilo do Diogo Miranda e das coleções que faz e nem sempre é fácil encontrar o casamento que sirva o produto, com um parceiro que se indentifique tão bem com os valores da marca. Acreditamos de facto que as sandálias que o Diogo desenhou são totalmente a cara da Zilian.

A ideia partiu de quem?

MB: Do Diogo.

DM: Sim, foi a primeira vez que fiz uma parceria de sapatos, claro que tivemos a preocupação de agradar tanto ao meu mundo como ao mundo da Zilian e torná-lo num só. A cliente que vai comprar um vestido Diogo Miranda pode perfeitamente comprar esta sandália da Zilian. Ao desenvolver o modelo houve a ideia da coleção, de fazer um modelo que ficasse bem com todos os looks. Basicamente a sandália entra no tema da coleção de verão 2016. A coleção foi inspirada no arquiteto Luís Barragán e daí termos três larguras numa tira – são as linhas arquitetónicas. Eu gosto muito do sapato compensado, acho que fica muito elegante.

MB: E é um conforto excelente, do nosso ponto de visto, do de quem usa.

DM: Inicialmente até era um tacão fino, mas como eu estou rodeado de mulheres e todas diziam que era melhor um tacão grosso. Eu acho que a sandália está muito feminina e elegante. E então acho que se consegue perfeitamente usar a sandália em várias circunstâncias: fica super elegante com um vestido de cocktail ou então com umas calças de ganga.

Fazer um sapato é muito diferente de desenhar roupa?

DM: Confesso que tive alguma facilidade porque tenho a minha família toda ligada à indústria do calçado. Dois dos meus irmãos são designers de calçado, tive uma ajuda bastante grande. Desenhamos bastantes modelos até chegarmos ao desenho final.

Houve um contributo criativo da Zilian?

DM: Sim, houve alterações.

MB: Ajustes! Para nós veio um desenho perfeito para produzir.

Que contributo pode um designer independente trazer para uma marca?

MB: Para a Zilian, por sermos uma marca de mass market, o sentido que faz é podermos democratizar um pouco o luxo que são as peças do DM. Gostamos de dar às nossas clientes a oportunidade de poder calçar uns sapatos que são fruto de uma colaboração entre a Zilian e o DM, que permite às nossas clientes ter acesso a esse mundo.

O Diogo trabalhou na Inditex antes de se tornar independente. Essa experiência trouxe algum contributo para esta colaboração?

É diferente. O que fizémos aqui teve pesquisa o mundo da Zilian de forma orientada a agradar os dois públicos. Foi o que tentámos fazer. Já fizémos a segunda parceria, que apresentámos no PortugalFashion em desfile, e as reações das mulheres têm sido boa. As manequins que são sempre as primeiras pessoas a calçá-los dizem sempre que são confortáveis. Isso também é um ponto a nosso favor.

Como é que se desenvolve esta tecnologia que permite ter este aspeto sólido e ao mesmo tempo ter leveza e conforto?

Tem a ver com os materiais. Pegamos no desenho e vamos escolher cada componente do sapato (a pata, o salto) com materiais que não sejam demasiado pesados. Para nós não faz sentido ter três quilos em cada pé. Depois testamos as diferentes compensações, as diferentes alturas e respeitamos a inclinação do pé. No final do dia, é isso que faz a diferença. Testamos o produto para ficar fiel ao desenho mas com o conforto no pé.

Esta colaboração vai durar?

MB: Sim!

DM: Acho que sim!