Sobreviver a um almoço de superalimentos quando se é alérgico a frutos secos

Esta sexta-feira, 3 de março, assinala-se o Dia Internacional do Ómega 3 e as nozes são um dos alimentos ricos nesse ácido gordo essencial para o bom funcionamento do corpo humano.

As nozes são também um dos superalimentos – com alta concentração energética e nutritiva -, que foram o tema do almoço e workshop realizado pelo restaurante Sete Colinas, do Corinthia Hotel Lisbon (em Lisboa) no passado dia 17 fevereiro.

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Com a participação das nutricionistas Camila Balbi e Valentina Crocco foi possível aprender a preparar refeições com superalimentos, onde se incluem nozes e outras oleaginosas, como o caju e as amêndoas.

No menu do almoço, composto por várias saladas verdes e outras com outros vegetais e legumes – complementos saudáveis àqueles superalimentos – a confeção de quase todos os pratos levou sementes e frutos secos. Ao manjar de cor apresentado nas entradas e saladas, juntava-se assim a textura crocante das nozes, dos amendoins, das amêndoas ou dos pinhões.

Do menu composto por noodles com molho de amendoim, carpaccio de beterraba, salada marroquina, salada de batata doce com molho de limão, salada de sésamo, salada de camarão tailandesa, salada arco íris e beringelas grelhadas com salsa verde, apenas esta última poderia ser degustada por alguém com alergias a frutos secos, já que era a única que não levava nenhum desses ingredientes na sua preparação.

O mesmo aconteceu com as sobremesas. À exceção do açaí na tigela e do carpaccio de ananás, os pudins e as mousses incluíam esses alimentos, na sua forma natural ou em óleos ou pastas. Deliciosos, mas vedados a quem sofra de alergias. Se for esse o seu caso, confirmar sempre e antecipadamente com o chef ou com o cozinheiro se os pratos contêm esses ingredientes ou vestígios dos mesmos, para evitar problemas de maior.

No que se refere ao menu do restaurante Sete Colinas, é possível reproduzir a maioria das saladas e das sobremesas numa versão isenta dos frutos secos, sem perder o sabor, já que, em muitos casos, estes são usados para acrescentar textura aos pratos.

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Por outro lado, os superalimentos não se esgotam nos frutos secos, nem nas oleaginosas. O óleo de coco, por exemplo, é um bom substituto e também faz parte desse grupo. Bagas, beterraba, açaí, cacau, as sementes de chia e cânhamo ou chá verde são outros superalimentos e super ingredientes para preparar pratos saudáveis, energéticos e nutritivos.

O mesmo vale para os alimentos ricos em ómega 3, que vão dos peixes gordos, como o salmão, o atum, cavala, arenque, dourada, aos óleos de peixe e vegetais, como o de linhaça, passando pelas nozes, sementes de chia e alguns hortícolas de cor escura, como espinafres ou os brócolos.

Os benefícios do ómega 3
Os alimentos ricos em ómega 3 ajudam a prevenir problemas de saúde como ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais ou arteriosclerose. Em fevereiro deste ano, cientistas norte-americanos descobriram efeitos positivos do ómega em doentes asmáticos.

Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, “os ómegas 3 têm uma forte ação anti-inflamatória” e ajudam a combater “doença coronária e enfarte agudo do miocárdio, através da redução de fatores de risco (redução da pressão arterial e frequência cardíaca, redução dos valores de triglicéridos, melhoria da função venosa) e a atenuar a inflamação, que está na base da arteriosclerose e doenças cardiovasculares.

Além disso, podem também ter um efeito preventivo no desenvolvimento de diabetes, doenças neurodegenerativas e de células tumorais.

A fundação recomenda o consumo diário deste ácido gordo, mas considera que, “apesar de todas as formas de consumo serem relevantes” é preferível obtê-lo através de “fontes animais”.

“O tipo de ómega 3 presente em ambas é ligeiramente diferente, necessitando o das fontes vegetais de um processo interno de conversão para utilização, e esse processo é menos eficaz”.

Vegetarianos e vegans revelam, por isso, défices de ómega 3. Mas não são os únicos. Mulheres grávidas, desportistas e pessoas com doenças inflamatórias ou autoimunes ou neurodegenerativas apresentam necessidades acrescidas deste ácido gordo, refere a Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Nos casos de não ser possível satisfazer as necessidades através da alimentação, a fundação aconselha a consulta de médico ou nutricionista antes de se recorrer a suplementos de ómega 3, como os derivados de óleo de peixe ou de algas, ricos em EPA e DHA, advertindo que “devem ser encarados como último recurso, uma vez que a toma de suplementos nem sempre demonstra um efeito benéfico e/ou eficaz”.

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