Testamentos vitais crescem em mulheres com mais de 65 anos

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As mulheres são quem mais tem preenchido as declarações antecipadas de vontade relativamente aos tipos de tratamento e cuidados de saúde que pretendem receber numa fase terminal da vida.

As mais velhas são quem tem demonstrado, desde 2014 e ocasião em que o testamento vital passou a estar previsto na lei, uma maior preocupação nesta matéria.

De acordo com os dados avançados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e consultados pelo Delas.pt, foram 2036 as mulheres com idades compreendidas entre 65 e 80 anos que preencheram o documento, de um total de 5699.

Este número, por sua vez, configura quase o dobro do número de homens que tomou opção semelhante desde 2014: 3194.

É também entre os 65 e os 80 anos que se verifica uma maior incidência no que diz respeito ao sexo masculino. Segundo as mesmas estatísticas e durante o mesmo período, 1127 homens preencheram o testamento vital.


Leia mais sobre o número de testamentos vitais feitos desde 2014 aqui


Olhando em detalhe para os números do sexo feminino, os dados do SPMS revelam que foram submetidas 1675 declarações antecipadas de vontade por mulheres com idades compreendidas entre 50 e 65 anos, configurando o segundo maior grupo. Seguem-lhes as que têm entre 35 e 50 anos (926) e as que têm mais de 80 anos (607).

Nas camadas mais jovens, 331 testamentos partiram de mulheres entre os 25 e os 35 anos e 123 de pessoas do sexo feminino entre 18 e 25 anos. Quanto aos homens, foram registadas 233 e 98 declarações, respetivamente.

Entre os 35 e os 50 anos foram submetidos, pelo sexo masculino, 650 documentos; Na faixa etária seguinte (50-65) foram registadas 787 declarações. 299 dos testamentos vitais foram entregues por homens de 80 anos e mais anos

O que é o testamento vital e como funciona

No testamento vital, o utente pode escolher não ser submetido a reanimação cardiorrespiratória, não ser submetido a meios invasivos de suporte artificial de funções vitais ou a medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte.

O registo permite que os médicos tenham informação atempada e declarada sobre a vontade do doente. Numa situação de urgência ou de tratamento específico, o médico assistente pode consultar o testamento vital através de um portal específico para os profissionais de saúde.

A vontade expressa pelo doente pode produzir efeitos quando lhe tiver sido diagnosticada uma doença incurável em fase terminal, quando não houver expetativas de recuperação na avaliação clínica feita pelos membros da equipa médica ou em situação de doença neurológica ou psiquiátrica irreversível, complicada por intercorrência respiratória, renal ou cardíaca.

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