Rosa Tous, uma história de amor sem fim

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Rosa Tous é a irmã mais velha de quatro raparigas. Filha de um casal extraordinário, que transformou uma pequena joalharia de uma pequena cidade catalã num gigante global da joalharia, Salvador Tous e Rosa Oriol, Rosa filha é hoje a responsável pela comunicação da empresa a nível global, com assento no conselho de administração da empresa, com as três irmãs, os pais, e os demais acionistas que ali se sentam desde que a empresa passou a ser uma multinacional. Com ela viajamos pelo tempo em que os pais viviam na mesma rua em Manresa e se apaixonaram, o crescimento da família, a entrada nos grandes negócios e pelo amor às joias e à criatividade.

Quais são as novidades da Tous para este 2017?

Somos sempre muito criativos. Procuramos sempre surpreender as nossas clientes, porque a Tous é uma marca terna, divertida e de espírito jovem. O tema da diversão está sempre dentro deste estilo. Este ano, estamos a surpreender com um clássico no mundo da joalharia, que são os medalhões. Recuperámos um elemento significativo e que tem um valor sentimental tão forte para muitas de nós, que quase toda a coleção deste ano tem esse enfoque: Medallions. E a ideia é que possa fazer um mix and match com uma medalha que te tenham dado quando eras pequena, com uma nova de São Valentim, ou um dia da mãe. Ou este medalhão que o meus filho me ofereceu no Natal que diz ‘Happy’ e que me ofereceu dizendo-me que é o que quer que eu seja porque é o que faço dele e dos irmãos, pessoas felizes. São mensagens que nos tocam no coração. E a combinação dos medalhões é o que os torna únicos.

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A Tous tem sempre uma história por trás de cada coleção. Porquê?

Acreditamos que a joalharia é uma linguagem. E faz parte dos momentos mais importantes da vida de uma pessoa, por uma celebração, ou porque a herdámos. Não são só momentos felizes há também momentos tristes, mas está muito vinculada às emoções. Mesmo quando compramos uma joia para nós próprias, fazemos isso porque a merecemos, para nos sentirmos bem, porque sou boa mãe, porque sou boa trabalhadora. A nós, na Tous, ajuda-nos muito a ter um conceito, uma história por trás de cada coleção, e normalmente é uma história potente, e pode ser que até nem chegue à consumidora final. Cada dona de uma joia faz a sua própria história, a sua interpretação da peça. Mas a joalharia existe desde há muitos, muitos anos e sempre teve esse significado adicional: quando vês alguém a usar joias ela está a dizer-te alguma coisa com as peças que usa.

As joias também servem para que cada pessoa faça a sua autonarrativa?

Sim, claro. Há o que cada pessoa sente que é e o que essa pessoa quer transmitir, o que quer que os outros pensem dela – há uma mescla, sim. As joias servem para isso, sem dúvida. Fazem parte de nosso look, do que vestimos em cada dia, é uma questão pessoal. E além disso é íntimo. A joia toca na pele.

Qual foi a coleção que a marcou mais?

É difícil dizer. É que cada coleção teve uma história importante por detrás. Talvez a que fizemos há três anos, que se focou no momento Bliss, no momento tão íntimo de se sentir bem, se se sentir abençoada, única, feliz. Estes instantes que não tem nada a ver com o valor económico das coisas mas sim com o valor pessoal que cada um dá a um determinado momento ou peça. Saíram coleções extremamente potentes nessa altura.

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As joias com maior valor sentimental são as mais caras?

Sim. Creio que na verdade tendemos a associar o valor fiduciário e às vezes parece que se uma coisa vale mais dinheiro temos que cuidar dela melhor, mas acho que hoje isso já não é tão importante.

Os medalhões da Tous são para misturar só com medalhões da Tous?

Não. A verdade é que quando nascemos nos ofereceram um medalhão e se calhar nunca o usámos. Este é o momento de voltar a usá-lo, porque é o que nos vai dar mais identidade aos look. É o teu medalhão, de quando tu nasceste. Este ano está cheio de histórias assim.

A colaboração com Gwyneth Paltrow continua? A atriz prossegue como cara das campanhas da Tous?

A Gwyneth transmite muito bem os valores associados à marca. Ela é terna, a sua maneira de ser é doce. Também é divertida. É muito ativa no tema da alimentação. É mãe. É atriz. E tem um espírito jovem. A verdade é que o tempo parece não passar por ela. Quando escolhemos alguém para representar a nossa marca temos que fazer uma escolha coerente. Tem que representar a marca sem fingir, tem que ser de verdade. A Gwenyth é mesmo assim.

A história da Tous não é assim tão jovem. A marca está prestes a fazer 100 anos.

Sim! Faltam três anos para o nosso centenário. Foram os meus avós que começaram com uma ourivesaria, aqui em Manresa, se bem que o relevo mais importante foi o momento da expansão, já no tempo dos meus pais. Os anos 70 e 80 foram os que, tanto a minha mãe que não vinha do negócio da joalharia como o meu pai que tinha uma herança mais próxima da relojoaria, se viraram mais para o mundo da joalharia. Depois eu e as minhas irmãs fomos entrando no negócio também, ao mesmo tempo que a Tous levantava voo. A minha mãe tinha uma visão – e continua a ter – incrível de reinterpretar, de desenhar, de surpreender as suas clientes, que percebemos que estávamos a criar algo de muito diferente, algo que não existia. Foi por isso que nos aventurámos à expansão e começámos a abrir lojas, vendendo o nosso produto a essa consumidora.

O urso que é a imagem de marca da Tous acompanha-vos desde essa altura.

O urso foi uma coincidência. Umas daquelas coisas de quando os astros se alinham. Estávamos a trabalhar em 1984 e 1985 na expansão, estávamos a fazer ursos e a vender ursos, eu e a minha irmã Alba começávamos nessa altura a trabalhar na loja de Manresa, percebemos que seria provavelmente um bom momento para abrir outra loja, numa cidade próxima, em Lérida. Nessa altura, no momento de abrir outra loja, já com o urso, percebemos que estávamos a fazer algo muito interessante e que não era justo que ficasse só para nós. Tínhamos ferramentas muito interessantes de partilhar com outras pessoas. em 1989 abrimos em Barcelona e daí… fomos para o mundo. Em 2000 abrimos no Japão, na Alemanha e nos Estados Unidos, três mercados completamente diferentes. Dos três mercados aprendemos muito.

E depois abriram em Portugal.

Sim. Estamos em Portugal desde 2001 e tornou-se um mercado-chave para nós. Estamos super contentes sobre a forma como a Tous está a funcionar no País. São já 25 lojas, temos uma loja que adoramos, a do Chiado, temos também uma loja online. Este ano fizemos relocalizações de loja e alguns centros comerciais para melhorar a nossa situação dentro dos espaços, isto é cada vez mais importante no retalho. E temos uma equipa entusiasmada, que conhece muito bem o mercado, que conhece muito bem a mulher portuguesa. Estamos super contentes!

 

Leia no dia 8 de março o que Rosa Tous pensa sobre liderança no feminino.