“Vamos deixar-nos de tretas, a questão é que eu sou mulher”

Comedian Kathy Griffin (C) cries during a news conference in Woodland Hills, Los Angeles, California
Kathy Griffin na conferência de imprensa em Los Angeles, nos EUA. Fotografia: REUTERS/Ringo Chiu

A comediante Kathy Griffin acredita que o seu despedimento da CNN, depois de ter sido publicada uma fotografia sua com a cabeça de Donald Trump decepada e ensanguentada, tem a ver com o facto de ser mulher. “Vamos deixar-nos de tretas, a questão é que eu sou mulher”, disse esta sexta-feira em conferência de imprensa em Los Angeles, nos EUA. “Isto nunca aconteceria a um homem”, acrescentou.

De lágrimas nos olhos e mesmo acreditando que a sua não vai “voltar a ter uma carreira depois disto”, a humorista referiu que, ainda assim, não vai desistir de brincar com o presidente dos Estados Unidos.

“Vou gozar ainda mais com ele. Meteu-se com a ruiva errada”, frisou Griffin.

A comediante diz que “só queria fazer as pessoas rirem” e que nunca imaginou que a imagem gerasse tanta polémica. “Pedi desculpas porque era a coisa certa a fazer e depois vi a corrente a mudar. Vi que estavam a usar o Barron [o filho mais novo de Trump]. Eu nunca iria querer magoar ninguém, quanto mais uma criança”, acrescentou a humorista, referindo-se ao facto de Barron, de 11 anos, ter ficado em choque, avança o site TMZ, por pensar que a fotografia era real.

https://twitter.com/kathygriffin/status/869703678550171648

“O que me está a acontecer nunca aconteceu antes. O atual presidente dos Estados Unidos e os seus filhos adultos e a primeira-dama estão pessoalmente a tentar destruir a minha vida para sempre”.

https://twitter.com/MarkDice/status/869651720921530368

Para a conferência de imprensa, Kathy Griffin fez-se acompanhar pela sua advogada, Lisa Bloom, para quem “o presidente fez uma pausa na sua ocupada agenda para publicar no Twitter incansavelmente palavras sem sentido para atacar a sátira [de Griffin] e chamá-la doente”.

“A mensagem é clara. Se criticares o presidente, perdes o emprego”, frisou a advogada.

“A Melania Trump, que se tem mantido em silêncio sobre os esforços do marido para retirar os serviços de saúde a 24 milhões de americanos […], escolheu quebrar o seu silêncio e questionar pessoalmente a saúde mental de Kathy”, acrescentou a advogada.